Uma análise detalhada dos custos de hardware de servidor para PMEs

As pequenas empresas têm diferentes necessidades de servidor

As PMEs podem determinar suas necessidades de servidor com base no uso. Por exemplo, um servidor web, geralmente, tem requisitos de hardware diferentes dos de um servidor que aloja serviços de bases de dados ou que atua como um servidor de correio eletrônico. O uso que se faz do servidor afeta o espaço em disco, a memória, os recursos da CPU, e a largura de banda de rede que a empresa irá necessitar.

Outra forma de uma empresa determinar as necessidades de hardware de seu servidor é examinar os requisitos do sistema, tanto para o sistema operacional do servidor que planeja utilizar como para os aplicativos que serão executados no servidor. Mas é preciso considerar que os requisitos mínimos de hardware estabelecidos para um aplicativo podem não ser suficientes para executar o aplicativo em produção. É provável que a PME tenha que ajustar seus requisitos de hardware com base na carga de trabalho prevista. Uma empresa que planeje alojar o seu próprio servidor de correio eletrônico, por exemplo, necessitará de armazenamento adicional em disco para cada caixa de correio.

O website do fornecedor do aplicativo pode ajudar a determinar as necessidades reais de hardware. Á medida que a empresa decide que tipo de hardware precisa comprar, também deve considerar as necessidades futuras em termos de capacidade.

Custo do hardware, SO e aplicativos

O hardware de um servidor pode ser caro. Por isso, é natural que uma empresa planeje seu orçamento tendo como referência o hardware que pretende adquirir. Mas há elementos adicionais que uma PME deve considerar para estimar o custo global.

O primeiro item é o sistema operacional do servidor. Dependendo do sistema operacional que a empresa decida executar, o custo poderá, eventualmente, ser tanto quanto o do próprio servidor, incluso, maior. A edição Datacenter do Windows Server 2019, por exemplo, tem um preço de varejo de US$ 6.155. A Microsoft oferece a edição Essentials concebida para pequenas empresas por US$ 501. Porém, para estar habilitada, uma empresa deve ter menos de 25 usuários e 50 dispositivos.

A Microsoft também oferece uma edição standard do Windows Server por US$ 972. Vale a pena destacar que a Microsoft apenas recomenda a utilização da edição standard do Windows Server 2019 para cargas de trabalho executadas em servidores físicos ou em ambientes minimamente virtualizados.

A Microsoft também utiliza licenças com base no núcleo para as edições Standard do Windows Server 2019 e Datacenter. Isso significa que a licença cobre apenas 16 núcleos de CPU, portanto, uma empresa precisará de uma licença adicional para cada 16 núcleos. As edições Standard e Datacenter do Windows Server 2019 também requerem que a PME adquira uma licença de acesso de cliente para cada usuário ou dispositivo que irá acessar o servidor.

Além do sistema operacional do servidor, a empresa deve considerar o custo dos aplicativos que serão executados no servidor. As licenças de aquisição perpétua de software estão se tornando cada vez mais raras, por isso, é provável que a PME precise orçar uma renovação anual da licença ou das taxas de atualização do software.

Os prós e os contras de alugar vs comprar um servidor 

Em um dado momento, alugar o hardware de um servidor era uma prática relativamente comum. Embora alguns fornecedores ainda aluguem hardware físico às empresas, os aluguéis de hardware foram quase que completamente substituídos pelo armazenamento em nuvem. Os fornecedores de nuvem, geralmente, hospedam vários inquilinos, empresas que aderem à nuvem, em cada um dos seus servidores. No entanto, fornecedores maiores, como a Microsoft e a Amazon, permitem que uma empresa alugue um hardware dedicado na nuvem.

Embora grande parte das empresas globais tenha adotado uma abordagem baseada em nuvem para implementar novas cargas de trabalho, pode haver alguns benefícios convincentes para que uma empresa tenha o seu próprio servidor. Para começar, ter um servidor interno permite à PME configurar o servidor, o sistema operacional e os aplicativos da maneira mais conveniente. Os fornecedores de nuvem, frequentemente, bloqueiam o acesso à configuração de baixo nível.

Comprar um servidor também poderia ser menos custoso a longo prazo. Os fornecedores de nuvem cobram pelos recursos que uma empresa consome. Executar uma carga de trabalho leve em uma nuvem, geralmente, custará muito menos do que comprar um servidor. No entanto, os custos de armazenamento em nuvem aumentam à medida que a carga de trabalho se intensifica. Não só pode ser bastante custoso executar uma carga de trabalho em nuvem, como esses custos podem ser imprevisíveis. Além disso, as taxas mensais de assinatura continuarão vigentes enquanto a PME alojar sua carga de trabalho na nuvem. Com o tempo, essas taxas mensais podem exceder o custo global de aquisição de um servidor.

Uma desvantagem de possuir seu próprio servidor é que a empresa será a única responsável por ele. Se um raio o danificar, por exemplo, ela terá que assumir o custo de reparo ou substituição do servidor. Por outro lado, os fornecedores de nuvem mantêm o hardware em nome de seus clientes e não cobram pelos danos ou manutenção do hardware.

Gestão do servidor e custos de manutenção

Outro custo que uma empresa deve considerar é a gestão de servidores e aplicativos. Se a PME possui sua própria equipe de TI, então, a gestão necessária poderia não gerar custos tangíveis. Porém, as empresas que não possuem departamentos de TI deverão contar, periodicamente, com um serviço de consultoria ou contratar um profissional de TI para cuidar do servidor e de seus aplicativos.

Além do custo inicial do servidor, há vários custos contínuos que uma empresa também deve considerar. Por exemplo, necessitará um orçamento para substituir periodicamente os componentes deteriorados do servidor, tais como discos rígidos. Do mesmo modo, uma PME, provavelmente, necessitará de pelo menos uma atualização de hardware ao longo da vida útil do servidor. Isso poderia implicar, por exemplo, ampliar a memória ou aumentar a capacidade de armazenamento.

Também é importante garantir que a empresa tenha um orçamento para obter suporte técnico quando necessário. Embora alguns fornecedores ofereçam suporte técnico gratuito, outros prestam suporte cobrando por incidência. Isso ocorre principalmente quando esses incidentes requerem ajuda urgente.

Calcular o custo total de propriedade de um servidor

Os custos do servidor podem ser divididos em duas categorias distintas: custos de aquisição e custos contínuos.

Os custos de aquisição incluem, geralmente, o seguinte:

• Custo do hardware do servidor;
• Garantias estendidas ou contratos de manutenção;
• Sistema operacional do servidor;
• Licenças de aplicativos;
• Uma estrutura para montar o servidor, se necessário.

Os custos contínuos incluem, geralmente, o seguinte:

• Suporte técnico;
• Consumo de energia;
• Climatização para a sala de servidores, caso a empresa tenha uma sala dedicada para eles;
• Componentes de substituição do servidor, tais como discos rígidos;
• Custos administrativos; 
• Atualizações de software.

A compra de um servidor implica muito mais do que apenas os custos iniciais de aquisição de hardware. Uma empresa deve considerar o Custo Total de Propriedade (TCO), e não apenas o preço de compra. Embora o preço de compra faça parte do TCO, a PME também deve considerar o custo das atualizações de software, itens de manutenção e outros custos contínuos relacionados ao servidor e sua carga de trabalho. Uma PME deve rever suas opções e tomar decisões com base naquilo que necessita para alcançar seus objetivos.