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Como se destacar na era da IA?
Segundo a futurista e autor de best-sellers, a sede por conhecimento em inteligência artificial proporciona chance única de moldar o futuro das próximas gerações de profissionais.
Em um mundo cada vez mais impulsionado pela tecnologia, o conhecimento profundo e a capacidade de aplicar habilidades relacionadas à inteligência artificial (IA) tornam-se ativos inestimáveis. Ao cultivar uma mentalidade voltada para o aprendizado contínuo e aprimorar as habilidades nesse campo em constante evolução, não nos destacamos apenas como profissional resiliente, mas também contribuímos para a construção de um futuro profissional promissor para as gerações vindouras.
Nos últimos anos, as discussões sobre o avanço da inteligência artificial e seu impacto na empregabilidade têm ocupado o centro das atenções. A possibilidade de máquinas que realizam tarefas que normalmente necessitavam de inteligência humana, não é mais apenas uma visão de futuro, ela já faz parte diariamente das vidas das pessoas, muitas vezes de maneira sutil e quase imperceptível. No entanto, uma análise cuidadosa aponta que os avanços tecnológicos não irão substituir as funções humanas, mas criar novas oportunidades.
Em um mundo onde a tecnologia redefine rapidamente a natureza do trabalho, o equilíbrio entre inovação e estabilidade é de extrema importância para os profissionais. Segundo o especialista em recursos humanos, talento e soft skills e instrutor oficial do Linkedln Learning, Borja Castelar, o avanço tecnológico, embora constante, não ocorre tão rapidamente quanto previsto. “Apesar das estimativas indicarem que até 80% da força de trabalho nos EUA pode ser afetada, eu destaco que previsões anteriores, como a automação eliminando 47% dos empregos, não se concretizaram. O crescimento da IA não aconteceu tão aceleradamente quanto previsto. Ela está aqui para nos potencializar, não para nos substituir, quem vai tirar seu emprego é a pessoa que saiba usar a IA”, explica.
A crescente integração da IA em diversos setores têm impactado a empregabilidade, e é o que realmente moldará o futuro profissional, ao eliminar tarefas mecânicas e repetitivas, liberando espaço para uma maior concentração em responsabilidades que agregam mais valor. Borja cita como exemplo a correção automatizada de tarefas pelos professores, permitindo que eles se concentrem mais em instigar a curiosidade e o pensamento crítico nos alunos.
“Estudos conduzidos pela Forrester Research descobriram que os robôs eliminarão partes dos trabalhos geralmente consideradas monótonas e repetitivas. Minha opinião é que a IA não vai nos tirar o trabalho, assim como não vai tirar o trabalho do professor, pelo contrário, ela tornará o professor mais eficiente e capaz de se dedicar a atividades que agregam mais valor, ou seja, instigar a curiosidade e o pensamento crítico nos alunos. A inteligência artificial precisa ser a ferramenta que impulsiona a carreira profissional, o que precisamos fazer é aprender a usá-la para nos tornarmos profissionais mais completos, mais produtivos e muito mais criativos”, conta.
Borja Castelar explica que a substituição ou não pela IA dependerá do nível da função e atividade exercida. “Obviamente existe uma relação de fatores para determinar quão substituível é uma posição. Trabalhos asociais e repetitivos, serão aqueles que sem dúvida desaparecerão para sempre, como excel, atendente de supermercado; Já os trabalhos sociais e repetitivos, a IA trabalhará em conjunto, removendo a parte rotineira; Os trabalhos asociais e criativos, A Inteligência Artificial levará a criatividade do ser humano a níveis nunca antes imaginados, como as pesquisas para doenças realizadas por cientistas, com ferramentas que possibilitarão potencializar a análise e descoberta de cura; E por fim, os trabalhos sociais e criativos, que será a união de todas as habilidades, menos custo, mais ferramentas e mais empregos.”
O especialista pontua que neste novo mundo impulsionado pela inteligência artificial, o destaque está nas soft skills e na construção de uma presença autêntica e na prontidão para aprender continuamente.
“A crescente sede por conhecimento em IA proporciona uma chance única de capacidade de moldar o futuro das próximas gerações de profissionais. Desenvolver as competências das soft skills e ter uma construção de uma presença autêntica e prontidão para aprender continuamente, não apenas fortalecem a adaptabilidade, mas também são a base para o sucesso profissional duradouro em um ambiente em constante evolução”.
Borja ainda acrescenta que habilidades socioemocionais, como inteligência emocional, empatia, comunicação eficaz e trabalho em equipe, são cruciais, e além de fortalecerem relacionamentos profissionais, também são difíceis de serem replicadas por máquinas. “A autenticidade é fundamental e não pode ser copiada por uma IA. Destacar habilidades únicas, valores e experiências, contribui para uma presença profissional distintiva e atrativa. Os profissionais podem ser agentes ativos na construção de um futuro estimulante e repleto de realizações”, finaliza.