Alterações nas licenças VMware terão, no longo prazo, impacto nos custos

A VMware anunciou mudanças de licença na divisão de produtos em 16 de março de 2020, passando de uma licença por soquete para uma licença por núcleo. A empresa afirmou que essa foi uma pequena alteração para muitos administradores de VMware. No entanto, devido aos desafios globais atuais e ao aumento de funcionários remotos, as alterações no licenciamento da companhia poderão ter um maior impacto mais cedo ou mais tarde.

Ao contrário das atualizações de licenciamento da Microsoft em 2019, as alterações da VMware passaram quase despercebidas enquanto a Microsoft ganhou muita atenção indesejada. A diferença não foi apenas a mudança de licença de soquete para núcleo – e é aí que os custos adicionais entram em jogo. Os administradores da Microsoft viram um aumento nos custos em oito núcleos e tiveram que comprar licenças adicionais.

A troca de licença VMware começa com qualquer coisa acima de 32 núcleos por soquete de CPU, o que significa que muitos administradores não verão impacto nos custos de imediato. Com a nova exigência de licenças adicionais em 32 núcleos em vez de 16 CPUs, os administradores têm poucas reclamações a fazer.

Apenas as CPUs de nível superior têm mais de 32 núcleos por soquete de CPU, portanto, os administradores não são afetados imediatamente, já que muitos sistemas virtuais costumam equilibrar a contagem de núcleos com a velocidade para cargas de trabalho maiores. 

Entenda o escopo das mudanças de licença VMware

 Com os sistemas VDI crescendo exponencialmente, frequentemente a contagem de núcleos de CPU de maior densidade é favorecida em relação à velocidade de núcleo individual. Cada fornecedor tem uma forma diferente de executar uma licença de núcleo - alguns oferecem pacotes de licença de núcleo adicionais, como a Microsoft, permitindo que os administradores evoluam até o número exato de núcleos necessários.

A VMware declarou que se os administradores exigirem mais de 32 núcleos, eles deverão simplesmente comprar os núcleos adicionais de que precisam ou mudar de 32 para 64 núcleos. Embora isso possa parecer um pouco exagerado, é importante lembrar que, quando se trata de comprar núcleos de CPU, os incrementos são inexistentes.As CPUs geralmente se expandem em múltiplos de oito núcleos, portanto, se os administradores precisarem de mais de 32 núcleos, faz sentido, do ponto de vista de licenciamento VMware, evoluir de 32 para 64, ou o mais próximo que os administradores possam chegar. Isso ocorre porque, uma vez que os administradores alcançam o nível seguinte, eles deverão pagar por outra licença de soquete de CPU de qualquer maneira.

Em termos de alteração de licença VMware, tentar dividir os custos se torna um assunto muito complicado. Isso ocorre porque os administradores devem basear o valor no número necessário de núcleos e na velocidade que esses núcleos podem fornecer. Conforme os profissionais aumentam a contagem de núcleos, a velocidade da CPU diminui para garantir que ela possa monitorar o calor no chip.

Se a carga de trabalho do administrador for maior do que um single threaded e estiver baseada no servidor, pode ser ideal permanecer mais perto do modelo de 32 núcleos com velocidades maiores. No entanto, se os administradores estiverem procurando por sistemas VDI com mais núcleos, deverão considerar um salto para os núcleos de densidade mais alta. Contudo, os administradores devem perceber que, quando dobram os núcleos, também dobram os custos.

Um modelo de 48 núcleos é o pior negócio sob o ponto de vista de licenciamento VMware. Essa configuração custa quase US$ 50 a mais por núcleo de CPU em comparação com os modelos de 32 e 64 núcleos. Ainda que os administradores paguem um pouco a mais pelos núcleos adicionais (US$ 15 por núcleo), poderão duplicar suas CPUs enquanto mantêm o mesmo custo por núcleo de CPU com licenças VMware.

Porém, o custo por núcleo não é a única consideração quando se trata da seleção da CPU. Os administradores também devem considerar o tipo de carga de trabalho, a densidade da VM e as condições de energia e calor.

É importante lembrar que outros produtos da família VMware não alteraram os modelos de licença. Ferramentas como o vSAN e o NSX ainda estão sujeitas aos preços por soquete de CPU, o que pode criar alguns desafios sérios para os administradores. Para equilibrar as licenças de convidados com novas licenças VMware, será necessário um trabalho criativo para manter essas alterações de licença online enquanto que os administradores tentam otimizar a infraestrutura atual. Os administradores também podem enfrentar desafios no licenciamento e custos ao atualizar a sua infraestrutura. É aqui que as pessoas começam a procurar alternativas de software devido a alguns custos e complexidades adicionais que acompanham a alteração de licença.

Embora existam opções de aplicação para o hipervisor, os administradores devem examinar o histórico para ver como outras alternativas podem ser desenvolvidas. Com a Microsoft não houve pressa em migrar do Linux para o Windows. A dificuldade e os custos tanto na codificação quanto na implantação de carga de trabalho para outro sistema operacional nem sempre tornam as alternativas de aplicação viáveis.

Mesmo que os administradores considerem um software alternativo, o verdadeiro motivo pelo qual a maioria deles não deixará o VMware é a família de produtos que se integra com o hipervisor VMware principal. Com NSX, vSAN, vRealize Operations e Site Recovery Manager, a VMware criou um conjunto analítico de produtos de data center que não se compara a nenhum outro.

As licenças sempre evoluem e mudam, e isso depende apenas do tempo limite que os administradores podem ajustar a essas mudanças. A VMware está dando a seus clientes tempo hábil para fazer ajustes antes de receber uma fatura mais alta. Os administradores devem começar a se planejar para preparar essas novas regras de licenciamento à medida que atualizam a sua infraestrutura e monitoram outras potencias atualizações do modelo de licenciamento VMware, desde serviços locais a VMware Cloud na AWS.