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Tendências na área de tecnologia da informação no Brasil em 2022
Gartner e IDC falam sob as principais tendências estratégicas de tecnologia para 2022.
2021 está chegando ao fim e já começaram as especulações sobre as tendências que podem marcar um controvertido 2022.
Não bastassem as incertezas relacionadas ao COVID-19 e suas variantes, que vão continuar por aqui, o próximo ano será marcado por dois importantes eventos esportivos — as Olimpíadas de Inverno de Pequim, que enfrenta uma forte ameaça de boicote, e a Copa do Mundo do Catar, a primeira realizada no Oriente Médio. Achou muito? Pois ainda tem as eleições presidenciais, que prometem polarizar mais uma vez o ambiente nacional.
O que há em comum entre todos esses eventos? Que simplesmente não há como prever qual será o resultado de nenhum deles. Para os experts das mais diferentes áreas, é difícil lidar com essa falta de previsibilidade, então muitos acabam recorrendo a dados acumulados ao longo de vários anos para tentar prever o futuro, como se essas informações fossem um oráculo.
Na área de TI não é diferente, e as grandes empresas escarafuncham suas bolas de cristais na tentativa de prever o que o mercado reserva para 2022.
Vamos começar com a Gartner, consultoria de mercado em tecnologia. Segundo David Groombridge, vice-presidente de Pesquisa da empresa, 2022 será definido pela aproximação de CIOs dos imperativos de negócios de empresas. A tendência é resultado do alinhamento entre líderes executivos e Conselhos de Administração na busca por crescimento através de conexões digitais diretas com os clientes.
“Os CIOs devem encontrar soluções que multipliquem a força dos recursos de TI para permitir o crescimento e a inovação, criando também bases técnicas escaláveis e resilientes, cujas capacidades de escalabilidade liberarão dinheiro para investimentos digitais. Esses imperativos formam os três pilares das tendências deste ano: confiança na engenharia, mudanças esculpidas e crescimento acelerado”, disse Groombridge.
Veja as principais tendências estratégicas de tecnologia identificadas pela Gartner para 2022:
Inteligência artificial generativa
Uma das técnicas de inteligência artificial (IA) mais visíveis e poderosas que chegam ao mercado é a Inteligência Artificial Generativa – uma tecnologia que permite às máquinas aprender sobre conteúdos ou objetos a partir de seus dados e depois usá-los para gerar artefatos novos, completamente originais e realistas.
A IA Generativa pode ser usada para uma série de atividades, como criar códigos de software, facilitar o desenvolvimento de medicamentos e o marketing direcionado. Todavia, se usada indevidamente, essa tecnologia pode facilitar golpes, fraudes, desinformação política, identidades forjadas e muito mais.
A Gartner prevê que, até 2025, a inteligência artificial generativa responderá por 10% de todos os dados produzidos, em detrimento de menos de 1% alcançado hoje.
Data fabric (Malha de dados)
O número de dados e blocos de informação aumentaram na última década, enquanto a quantidade de pessoas qualificadas nas equipes de análise de dados tem se mantido constante ou até mesmo diminuído. Os data fabrics –uma integração flexível e resiliente de dados entre plataformas e usuários de negócios– surgiram para simplificar a infraestrutura de integração de dados de uma organização e criar uma arquitetura escalável que reduza a dívida técnica vista na maioria das equipes de Data Analytics devido ao crescente desafio de integração. O valor real de uma malha de dados é sua capacidade de melhorar a dinamicidade do uso de dados com suas análises incorporadas, reduzindo os esforços de gerenciamento de dados em até 70% e acelerando o tempo de valorização.
Empresa distribuída
Com o aumento dos padrões de trabalho remoto e híbrido, as organizações tradicionais centradas em escritórios estão evoluindo para empreendimentos distribuídos, compostos por trabalhadores geograficamente dispersos. A Gartner espera que, até 2023, 75% das organizações que exploram benefícios de empresas distribuídas cresçam 25% mais rápido que as concorrentes.
Plataformas nativas da nuvem (CNPs)
Para realmente fornecer recursos digitais em todos os lugares, as organizações devem se afastar da conhecida migração de “lift and shift” para plataformas nativas da nuvem, ou Cloud Native Platforms. Essas plataformas usam os principais recursos da computação em nuvem para fornecer soluções escaláveis e elásticas relacionadas à TI “como um serviço”, impulsionando a mobilidade para quem usa tecnologias de internet, proporcionando uma relação tempo/valor mais rápida e com redução de custos. Por essa razão, a Gartner prevê que as CNPs servirão de base para mais de 95% das novas iniciativas digitais até 2025, contra menos de 40% em 2021.
Sistemas autônomos
À medida que as empresas forem crescendo, a programação tradicional ou a automação simples acabarão não permitindo a escalabilidade que esses negócios precisarão no futuro. Sistemas autônomos são sistemas físicos ou de software autogerenciadores que aprendem com seus ambientes. Ao contrário de sistemas automatizados, sistemas autônomos podem modificar dinamicamente seus próprios algoritmos sem uma atualização de software externa, permitindo que eles se adaptem rapidamente a novas condições no campo, assim como os humanos fazem.
Inteligência de decisão (DI)
A capacidade de decisão de uma empresa pode ser uma fonte significativa de vantagem competitiva. Com a dinâmica e volatilidade atual, porém, a necessidade de se tomar decisões rápidas está se tornando cada vez mais exigente e difícil. A inteligência de decisão é uma disciplina prática usada para melhorar a tomada de decisões, entendendo e projetando explicitamente como as decisões são tomadas, com os resultados avaliados, gerenciados e melhorados pelo feedback. A Gartner prevê que, nos próximos dois anos, um terço das grandes organizações usará Decision Intelligence para a tomada de decisões estruturada, melhorando, assim, a vantagem competitiva.
Aplicações compositivas
No contexto de negócios em constante mudança, a demanda por adaptabilidade direciona as organizações para uma arquitetura tecnológica que suporta mudanças rápidas, seguras e eficientes. A arquitetura de aplicações compositivas capacita essa adaptabilidade. A Gartner estima que aqueles que adotarem uma abordagem compositiva superarão a concorrência em 80% na velocidade de implementação de novos recursos.
Hiperautomação
A hiperautomação permite o crescimento acelerado e a resiliência nos negócios, identificando e automatizando rapidamente o maior número possível de processos. “A pesquisa da Gartner mostra que as equipes de hiperautomação de alto desempenho se concentram em três prioridades fundamentais: melhorar a qualidade do trabalho, acelerar os processos de negócios e aumentar a agilidade da tomada de decisões”, afirma Groombridge. Os tecnólogos de negócios também apontaram uma média de 4,2 iniciativas de automação no último ano.”
Cálculo de melhoria de privacidade
Além de lidar com o amadurecimento da legislação internacional de privacidade e proteção de dados, os CIOs devem evitar qualquer perda de confiança do cliente resultante de incidentes de perda de privacidade. Portanto, s Gartner espera que 60% das grandes organizações usem uma ou mais técnicas de computação que melhorem a segurança das informações até 2025. As técnicas de Pivacy Enhancing Computation (PEC) –que protegem informações pessoais e confidenciais em nível de dados, software ou hardware– compartilham, agrupam e analisam dados com segurança, sem comprometer a confidencialidade ou a privacidade. Os casos atuais de uso podem ser levados a muitas verticais, bem como em infraestruturas de nuvem pública (por exemplo, ambientes de execução confiáveis).
Malha de segurança cibernética
A Cybersecurity Mesh Architechture (CSMA) ajuda a fornecer uma estrutura de segurança integrada para proteger todos os ativos, independentemente da localização. Até 2024, organizações que adotam malhas de segurança cibernética para integrar ferramentas de segurança para trabalhar como ecossistema cooperativo reduzirão o impacto financeiro de incidentes individuais de segurança em uma média de 90%.
Engenharia de inteligência artificial
A engenharia de inteligência artificial é uma abordagem integrada para modelos operacionais de IA. Até 2025, os 10% das empresas que estabelecerem as melhores práticas nessa área gerarão pelo menos três vezes mais valor pelos seus investimentos em IA do que os 90% das empresas que não o fizerem, diz o analista do Gartner.
Experiência total (TX)
TX é uma estratégia de negócios que combina as disciplinas de experiência do cliente (CX), experiência do funcionário (EX), experiência do usuário (UX) e multiexperiência (MX). O objetivo da TX é promover maior confiança dos clientes e funcionários, satisfação, lealdade e colaboração. A Gartner estima que as organizações aumentarão a receita e o lucro, caso alcancem resultados de TX adaptáveis e resilientes.
2022, ano do investimento digital em IA
De acordo com a pesquisa da International Data Corporation (IDC), o investimento em transformação digital tem previsão de crescimento a uma taxa anual de 15,5% até 2023 e deve se aproximar de US$ 6,8 trilhões. Em 2022, 70% de todas as empresas terão investido no uso de tecnologias digitais a fim de competir em um mercado cada vez mais disputado. As companhias que quiserem se diferenciar têm o dever implementar inovações e soluções em todos os seus setores.
Neste processo, a área de tecnologia se tornou um grande aliado e tem demandado muito trabalho aos profissionais de TI. Esse segmento está em constante evolução e, sendo assim, é importante que as empresas se mantenham informadas sobre o que está acontecendo para não perder share de mercado.
Segundo a IDC, os gastos globais com inteligência artificial chegarão a US$ 110 bilhões em 2024. A pesquisa indica que, até 2023, um quarto das empresas adquirirá pelo menos um projeto de software de IA e suas vertentes, como machine learning e deep learning.
O uso da IA vem ganhando cada vez mais força. Antes a preocupação era a de que a inteligência artificial substituiria os humanos, mas já se provou que a IA irá apenas ajudar a melhorar a automatização de processos, tornando-os mais produtivos e proveitosos, como por exemplo, ajudando na segurança da informação.