Tecnologia e educação para reativar a economia
A tecnologia aplicada à educação é um fator chave para superar a crise e reativar a economia no Brasil.
Se a história nos ensinou alguma coisa, é que a educação é essencial para superar qualquer crise. Daí a importância de as empresas e os governos oferecerem as melhores ferramentas para que os cidadãos possam sempre ter acesso à educação com rapidez e qualidade.
Uma empresa que tem canalizado esforços nesta área é Softline, que já colaborou com mais de 2.800 entidades educacionais, entre as quais universidades, órgãos públicos e escolas, introduzindo a tecnologia necessária para apoiar as futuras gerações de profissionais de tecnologia, garantindo assim o acesso deles aos conhecimentos essenciais para o sucesso em um ambiente de trabalho cada vez mais digital.
Na América Latina, a educação foi um dos setores mais afetados pela pandemia, e foi o acesso à tecnologia de telecomunicações que permitiu a muitos alunos continuar seus estudos.
Segundo a pesquisa “Resposta educacional à pandemia de COVID-19 no Brasil”, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as escolas e as redes de ensino brasileiras tiveram que aprender um novo modelo de funcionamento digital.
O levantamento mostra que 99,3% das escolas do país suspenderam as atividades presenciais e que mais de 98% delas adotaram estratégias não presenciais de ensino. E o período de atividades presenciais suspensas foi expressivo: 279 dias durante o ano letivo de 2020, considerando escolas públicas e privadas.
Para entender melhor os desafios que a educação e a digitalização precisam superar no Brasil, a Computer Weekly Brasil entrevistou Eduardo Borba, vice-presidente da Softline para o Brasil, que compartilhou sua opinião sobre o tema:
Que mudanças a educação no Brasil sofreu ao longo do último ano?
A princípio, o sistema sofreu um apagão generalizado devido ao distanciamento social. As entidades com maior acesso a recursos puderam se adaptar mais rapidamente, implementando aulas online e acervo digital. Contudo, as instituições de ensino menos equipadas sofreram forte golpe, considerando que educação à distância demanda conectividade, amplo conteúdo didático digital e acesso dos alunos a dispositivos e sinal de internet, nem sempre disponíveis, principalmente nas regiões mais remotas e carentes do país.
Do seu ponto de vista, qual é a posição da educação do Brasil em comparação com outros países da região?
Na América Latina existe uma grande lacuna entre os países com educação de maior qualidade e os que lutam para manter os menores níveis aceitáveis. O Brasil está na mediana comparativa se tomarmos, por exemplo, a educação ofertada no Chile e Uruguai como referências positivas e na Bolívia e no Paraguai como as menos desenvolvidas.
Quais são as principais ameaças à segurança que você detecta, nos dias de hoje?
Atualmente eu enxergo dois tipos principais de risco: o sequestro de dados e a segurança física propriamente dita. Os serviços digitais estão sendo usados pela maior parte da população e em franca expansão em todo o planeta. Acessar um e-commerce ou fazer uma transação bancária através de um app no celular é uma atividade rotineira. A crescente adoção de dispositivos conectados e inteligentes (internet das coisas) gera muita facilidade em todos os segmentos de mercado, porém traz também o risco de exposição. Dados sensíveis como, por exemplo, informações de cartão de crédito, endereço residencial e hábitos de consumo trafegam na rede com ou sem o uso de roteadores de wi-fi acessíveis ao público —em lojas ou shopping centers, por exemplo— e podem ser interceptados por alguém mal intencionado, caso não sejam tomadas as precauções e cuidados necessários.
Que soluções vocês oferecem para garantir a segurança total da informação?
Oferecemos soluções que iniciam pela definição da melhor arquitetura e topografia da infraestrutura de TI, revenda de software e implementação de sistemas de controle de acesso e rastreabilidade de dados –antivírus e firewall— e monitoramento operacional de sistemas.
Que novos hábitos você notou, tanto nas empresas quanto na população, no que diz respeito à segurança?
Os três pontos mais notáveis, em minha opinião, são:
- O uso de biometria para acesso a sistemas e serviços aumentou enormemente, reduzindo o risco de esquecimento ou “roubo” de senhas;
- Adoção de sistemas de monitoramento e alarmes para impedir transações fora do padrão de uso e consumo;
- A implementação de sistemas de proteção como antivírus e firewall não é um acessório opcional
O que é preciso para que o Brasil alcance a maturidade na transformação digital?
Ainda há um caminho longo a se percorrer. Muitas empresas e pessoas precisaram acelerar o processo de conectividade para permanecerem operantes durante o período de pandemia. Contudo, muitos processos de fabricação, distribuição, logística e comercialização ainda seguem o fluxo de mecanismos não-digitais. Para ascender a maiores níveis de maturidade na adoção da transformação digital, são necessárias a modernização e a automação de linhas de produção, contando com mais dispositivos conectados; capacidade elástica de processamento e armazenamento de dados e inteligência artificial para adequação dinâmica às novas demandas de mercado; e investimentos em infraestrutura de comunicação.
O governo brasileiro tem algum plano de segurança envolvendo alguns de seus serviços?
Unificar bases de dados distintas e assíncronas visando ampliar e otimizar a oferta de serviços aos cidadãos constitui um desafio monumental para o governo brasileiro. Há diversas iniciativas em andamento que incluem serviços de arquitetura e definição de plataformas tecnológicas, aquisição de software e sistemas de cyber segurança, e todas elas são parte do portfólio da Softline.
Qual foi sua melhor história de sucesso na região durante a pandemia?
Impossível não mencionar o volume e a velocidade de adoção da plataforma Teams. Enquanto a Microsoft aprimorava e expandia funcionalidades do produto, fizemos uma força-tarefa para assegurar que nossos clientes tivessem o correto licenciamento do software e sua devida implementação e capacitação de usuários. Ajudamos dezenas de empresas no Brasil a trabalhar colaborativamente mantendo o necessário distanciamento social. Como próximo passo, desenvolvemos uma solução de propriedade intelectual da Softline chamada Total Voice, que consiste em telefonia sobre a plataforma Teams –ou PABX na nuvem, o que ampliou a usabilidade e o valor do investimento que nossos clientes fizeram em software.
Que profissões precisam se desenvolver no Brasil para atender às necessidades de transformação digital?
Muitas profissões estão surgindo junto com as novas demandas e soluções desenvolvidas, enquanto outras evoluem. Há pouco tempo não tínhamos a definição de um cientista de dados, enquanto um desenvolvedor de software era alguém especializado em alguma linguagem de programação. Ainda precisamos formar profissionais com os conhecimentos fundamentais de tecnologia da informação. Contudo, é importante que o processo educacional reforce em sua preparação o aprendizado contínuo e a flexibilidade para o dinamismo do mercado.
Quais desafios a Softline enfrenta para crescer ainda mais no Brasil no próximo ano?
Instabilidade política e volatilidade econômica não são os ingredientes mais atrativos para o investidor internacional. Os desafios macroeconômicos certamente estão aí para todos, porém isso demanda investimentos, e investimentos demandam controle de riscos. Um dos principais desafios é mapear a relação risco x oportunidade e atrair investimentos necessários para posicionar as melhores ofertas da Softline no mercado brasileiro. Outro desafio relevante é a aquisição, desenvolvimento e manutenção de talentos. O volume de bons profissionais formados por ano ainda é inferior à demanda do mercado, o que exige atenção contínua para contratar, estender a capacitação e manter os melhores profissionais no quadro de colaboradores.