Nuvem, edge computing e IoT são fatores essenciais no impulso da economia do Brasil
Ainda vemos uma preocupação das empresas em relação à segurança de migrar suas operações. Isso pode ser uma confusão nos conceitos sobre o que é uma solução verdadeiramente em nuvem.
Estamos vivendo em um momento de mudanças dramáticas no setor de TI, principalmente devido a ajustes que foram acelerados e impulsionados pela pandemia de COVID-19. No Brasil, a rápida adoção de tecnologias de armazenamento que facilitam o distanciamento social e ao mesmo tempo aumentam a produtividade e o controle de processos e pessoas nos diferentes setores produtivos tem ajudado o país a manter uma economia estável e até otimista, apesar das circunstâncias.
Um fator importante para muitas empresas foi a migração para nuvem, um processo que traz benefícios como escalabilidade, flexibilidade, disponibilidade e atualização, tornando as organizações mais eficientes e competitivas.
Porém, mesmo com a comprovada eficiência dos ambientes cloud, ainda vemos, com certa frequência, uma preocupação das empresas em relação à segurança de migrar suas operações. Isso talvez seja reflexo de uma confusão nos conceitos sobre o que é uma solução verdadeiramente em nuvem.
Existem muitos provedores que fazem “hosting” de aplicações concebidas para uso on-premise e vendem o serviço como solução em nuvem. Esse cenário realmente não é o ideal, uma vez que essas plataformas/aplicações não foram pensadas para os desafios de um ambiente totalmente cloud e podem apresentar brechas de segurança. Não podem, portanto, ser consideradas nuvem.
As verdadeiras soluções de nuvem foram pensadas desde sua concepção para serem apoiadas em ambiente cloud e utilizam recursos e micros serviços compatíveis. Elas têm em seu código nativo todos os mecanismos de segurança, o que praticamente elimina o risco de vazamento de dados.
Poucas — ou nenhuma — medidas de segurança de soluções nativas em nuvem estão presentes em ambientes hosted. Por isso, antes de contratar, é importante entender se o provedor trabalha com soluções nativas ou está criando “instâncias” dedicadas e “hosteadas” em data centers remotos.
Ao optar por uma solução cloud, as empresas devem observar se os seguintes pontos estão bem formatados, e, consequentemente, seguros:
- Aegurança física
- Servidores e armazenamento
- Rede e Segurança
- Gerenciamento
- Compliance
- Aplicações
Além disso, deve-se solicitar aos provedores a apresentação de todos os resultados dos testes realizados, tais como varreduras de rede trimestrais (Qualys/Tenable) e penetration tests anuais. Com base nessas evidências, é possível tomar uma decisão mais segura, minimizando os riscos associados à segurança.
Segurança e adoção
Embora muitas companhias brasileiras ainda questionem a segurança de migrar para a nuvem, o fato é que não há motivos para isso. Os maiores players de cloud do mundo estão presentes no país, e algumas instituições que tradicionalmente não permitiam que dados fossem armazenados fora do Brasil (as do mercado financeiro, por exemplo) revisaram seu entendimento e agora têm acordos com outros países.
Isso demonstra que soluções nativas em nuvem são seguras, independentemente da localização, e que o seu uso permite às empresas focar mais no negócio, nos clientes e na otimização da força de trabalho.
Trabalhando no limite para incrementar as vendas
A possibilidade de trabalhar com serviços em nuvem gerou um efeito positivo em outras áreas, e uma delas é a de edge computing ou computação de borda, um conceito que é definido por usar o próprio dispositivo, (que pode ser um smartphone, tablet, relógio inteligente ou notebook, entre outros), para agilizar o processamento de dados.
Dentro do mercado brasileiro, esta tecnologia tem sido utilizada em diversos setores, entre os quais o de varejo, sobretudo nas vendas on-line, que cresceram muito na pandemia, quando os consumidores reduziram as compras presenciais.
Na maioria dos sites dos grandes varejistas, a edge computing tem sido útil para o armazenamento dos dados dos chamados “mapas de calor”. Trata-se daquelas ferramentas que rastreiam a navegação do cliente nas páginas da internet e identificam o que mais agrada a cada pessoa, possibilitando a promoção de ações de marketing mais assertivas. Ferramentas com assistentes de voz, como as da Amazon e do Google, já aceitam comandos sonoros para realizar compras nas lojas virtuais, e isso contribui ainda mais para o estabelecimento do hábito de fazer compras on-line.
Conectividade e 5G
A conectividade é essencial para qualquer processamento de dados e, atualmente, cerca de 10% das informações geradas pelas empresas são criadas e processadas fora de um data center centralizado tradicional ou na nuvem. Até 2025, essa porcentagem deve subir para 75%, conforme apontam as previsões do Gartner. Muito dessa mudança de cenário deve-se à adoção do 5G no Brasil, prevista para 2022.
E muitas das empresas estão se preparando para atender a essa necessidade. A Ericsson e a provedora de nuvem Google Cloud anunciaram uma parceria para o desenvolvimento conjunto de aplicações 5G e de Edge Computing para operadoras de telecomunicações.
O movimento visa a habilitação de serviços de "telco edge" pelas teles e de casos de uso on-premise para clientes empresariais. "As ofertas conjuntas ajudarão as empresas nos setores automotivo, de transportes, manufatura e outros a melhorar a eficiência e reduzir a latência, trazendo a conectividade para perto de suas localizações físicas", informou a Ericsson em comunicado.
Controladora da TIM, a Telecom Italia foi a primeira operadora a anunciar o uso da solução de "5G em nuvem" da dupla. Aplicações empresariais já estão sendo testadas em cima da rede comercial da tele no país europeu, e o projeto também deve automatizar funções do core de rede 5G da companhia italiana.
Por outro lado, a AT&T e o Google Cloud anunciaram novas soluções para o portfólio de edge computing da AT&T 5G e Google Cloud, incluindo a solução Multi-access Edge Compute (MEC) local da AT&T, bem como recursos AT&T Network Edge através de LTE, 5G e wireline. Há mais de um ano as duas empresas vêm desenvolvendo soluções de borda para os clientes. Agora, elas estão dando o próximo passo, que é fornecer recursos transformadores, que ajudem as empresas a gerar valor real e criar experiências que vão mudar os setores de varejo, saúde, manufatura, entretenimento e muito mais –como a capacidade de usar Google Maps, Android, Pixel, Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) e outras soluções do Google para experiências mais envolventes do cliente.
As empresas também estão trabalhando juntas para avaliar como as APIs de rede podem otimizar aplicativos, usando informações de rede quase em tempo real na borda do Google Cloud. Se forem bem-sucedidas, vão ampliar a experiência do usuário no limite e gerar resultados significativos para os negócios.