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IOS forma jovens mulheres e contribui com a equidade de gênero no setor da tecnologia
Três profissionais falam sobre como os programas de educação e treinamento do Instituto da Oportunidade Social (IOS) ajudam as mulheres a crescer em suas carreiras no setor TI.
Com apenas 38,6% de mulheres no setor da tecnologia, a igualdade de gênero é um desafio. Segundo dados do mais recente Relatório de Diversidade da Brasscom, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), o setor conta com mais de 1,1 milhões de profissionais.
Dentre os fatores que contribuem para a manutenção desse cenário desvantajoso, está a falta de incentivo à formação profissional em tecnologia para esse público, especialmente no período de ingresso no mercado de trabalho. Diante disso, organizações do terceiro setor têm contribuído para a profissionalização de mulheres no mercado da tecnologia e colaborado com oportunidades no segmento.
É o caso da Karina Prandini, 22 anos, moradora do Jd.Peri, analista de qualidade de software pleno, na TOTVS. Assim como outras jovens mulheres, Karina na adolescência não recebeu incentivo ou teve contato anterior com a área de tecnologia.
O cenário mudou ao ingressar no curso de formação profissional do Instituto da Oportunidade Social (IOS), em 2017. A ONG atua há mais de 25 anos na formação de jovens para o mercado de trabalho, por meio de cursos gratuitos com uso de Tecnologias.
Inicialmente Karina, fez o curso de Gestão Empresarial com Software ERP, na ONG que aos poucos foi despertando seu interesse na área de tecnologia. “Quando eu pensava em tecnologia já vinha o estereótipo ‘Nossa, não é para mim, deve ter um muito cálculo’ e o IOS quebrou totalmente isso”, comenta.
A jovem também conta que na organização encontrou o incentivo para vencer as dificuldades, que facilitaram o processo de formação. “Eu via outras meninas estudando comigo, e isso me motivava a seguir. O IOS também nos acolhia e com as aulas de Matemática e a didática fazia com que gostássemos cada vez mais da área”.
Nesse processo de formação a analista realizou mais dois cursos no IOS: Infraestrutura e Redes e Programação ADVPL. “Foi cursando Infraestrutura, que eu tive a certeza de queria a tecnologia para minha vida”, comemora Karina. A partir daí, a jovem não parou mais. Ingressou na faculdade de Ciência da Computação, e com as técnicas que aprendeu nos cursos oferecidos pela ONG, desenvolveu uma apresentação e recebeu o convite para trabalhar na TOTVS, à época como estagiária na área de Suporte em TI, posição que ocupou durante cinco meses até passar para qualidade de Software, área que atua até hoje.
Para Karina, faltam estímulos para que mulheres ingressem na área da tecnologia e principalmente apoio na formação e referências para se espelhar “Se eu não tivesse ingressado no IOS, com certeza eu não estaria na tecnologia. No período da universidade eu tive apenas uma professora mulher, e sem dúvidas ela também me ajudou muito a acreditar e entender que aquele espaço também era para mim”, comemora emocionada.
Tornar-se um modelo para outras mulheres
Para Giulia Nascimento, 20 anos, analista de Costumer Sucess EDI na Accesstage, o estímulo à área de tecnologia veio de casa. Com uma tia que já atuava no setor, a jovem recebeu o incentivo, entretanto a oportunidade de profissionalização na área surgiu com a formação profissional oferecida pelo IOS.
Moradora de Itaquera, Giulia conta que as oportunidades, principalmente para mulheres de baixa renda, são poucas e o IOS abriu as portas para que ela pudesse se desenvolver e ter a certeza do caminho que gostaria de trilhar. “Fiz o curso de Programação Web, em 2021, no IOS e tive a certeza de que eu amo a tecnologia, mas as oportunidades são poucas para as minorias, incluindo as mulheres”, comenta.
Apesar das dificuldades, após o curso oferecido pelo IOS a jovem seguiu estudando e ingressou na faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que concluiu em 2023. Para ela, a área da tecnologia é muito promissora, mas falta referenciais especialmente em lideranças femininas e incentivo.
“Quero com meu trabalho e estudos me tornar referência, ser líder e apoiar projetos como o IOS que desenvolvem mulheres na tecnologia”.
Apoiando as mulheres para a verdadeira inclusão
Para Kelly Lopes, superintendente do IOS, o incentivo à formação profissional de mulheres na tecnologia é o verdadeiro caminho para inclusão e equidade de gênero no setor. “O setor de TI tem a oportunidade de protagonizar um futuro mais inclusivo e equitativo. Vale lembrar, o segmento sofre com o déficit de profissionais capacitados, que em cinco anos pode alcançar a marca de quase 800 mil posições não cobertas por profissionais qualificados.
Em 2023, 55% dos jovens formados pelo IOS foram mulheres. Por isso, atuar em parceria com instituições que formam esses jovens profissionais, é não só atender a essa demanda, mas aliar a construção de possíveis lideranças e equidade de gênero no setor”, aponta Kelly.