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Eleições tecnológicas

Quais tecnologias estão sendo utilizadas no Brasil para permitir a votação eletrônica nas eleições presidenciais? Aqui te dizemos.

Se há algo de que o Brasil deve se orgulhar é da tecnologia utilizada em seu sistema eleitoral. Embora a urna eletrônica tenha sido severamente atacada pelo atual presidente, o primeiro turno das eleições, realizado no dia 2 de outubro, mostrou que o sistema eleitoral do país é rápido, seguro e eficiente. E a urna eletrônica, implantada em meados da década de 1990, é apenas uma das tecnologias que o país adotou ao longo das últimas décadas para aumentar a segurança da votação e simplificar a vida dos eleitores.

e-Título                       

O e-Título é um aplicativo gratuito disponível desde 2018 para os sistemas Android e iOS é uma da tecnologias que simplificam a vida do eleitor. Contém a versão digital do título de eleitor –ela pode ser usada como documento de identificação no dia da votação, desde que esteja atualizada com foto; informações sobre o funcionamento da urna eletrônica; e uma ferramenta de tira-dúvidas.

Acessando o e-Título, o eleitor também consegue consultar seu local de votação; justificar a ausência na votação (o procedimento pode ser feito no dia da eleição ou em alguma data posterior); emitir certidões de quitação; e se voluntariar para trabalhar como mesário.

Além do e-Título, a Justiça Eleitoral (JE) oferece outras ferramentas de auxílio à população antes, durante e depois das eleições: 

  • Aplicativo Resultados: permite acompanhar a apuração dos votos nas 27 unidades federativas. As consultas podem ser feitas por meio do nome do candidato ou pelo cargo disputado, e o aplicativo informa em tempo real quem foi eleito e quem vai disputar o segundo turno. Permite ainda verificar os índices de comparecimento e abstenção; a quantidade de votos válidos, em branco e nulos; e o número de seções totalizadas.
  • Boletim na mão: oferece os conteúdos dos Boletins de Urna (BU) impressos no encerramento das atividades de votação em cada seção eleitoral. Qualquer cidadão pode conhecer os resultados apurados nas urnas eletrônicas.
  • Pardal: estimula a fiscalização para conter a propaganda irregular de campanha e outros ilícitos eleitorais. A ferramenta permite que os usuários façam denúncias e enviem fotos ou vídeos para subsidiar a acusação.
  • WhatsApp: o TSE tem um robô virtual no WhatsApp, conhecido como Tira-Dúvidas, para esclarecer dúvidas sobre as eleições. O usuário recebe informações em tempo real sobre serviços eleitorais, além de checagens de notícias falsas. Para acessar, basta adicionar o telefone (61) 9637-1078 à lista de contatos do WhatsApp ou usar o link me/556196371078.

Urna eletrônica

Desde que a computação de votos em eleições gerais começou a ser feita totalmente em urnas eletrônicas, em 1998, a contagem de votos, que antes demorava dias para ser concluída, agora é feita em questão de poucas horas.

Como funciona a urna eletrônica?

A urna eletrônica é uma espécie de computador, mas não tem conexão com a internet. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela manutenção dos aparelhos, determina que elas tenham o hardware (parte física da urna) e o software (o programa instalado no aparelho para realizar a contabilização dos votos). Além disso, elas contam com uma rede de proteção com diversas camadas de segurança, também projetadas pelo TSE, que inviabiliza qualquer tentativa de invasão, fraude ou de burlar dos sistemas eleitorais.

No dia da eleição, assim que a votação é encerrada, os dados de todos os eleitores que comparecem a cada uma das seções são computados no Boletim de Urna, um cartão de memória contido nas urnas. A gravação desses dados é criptografada em uma mídia de resultado (como um pen drive, por exemplo), que é, então, levada a um lugar próprio paraa transmissão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de cada estado.

Como é feita a transmissão dos votos?

Quando as informações chegam ao terminal central, primeiramente é verificada a assinatura digital –que garante ao TSE que o resultado foi emitido por uma urna eletrônica cadastrada e verificada para aquela seção de votação específica.

Depois, o resultado é decodificado e são feitas verificações de inconsistência. Se há divergência, por exemplo, no número de votos e na quantidade de eleitores que compareceram no dia da eleição, o relatório é automaticamente descartado.

No caso das localidades de difícil acesso, como aldeias indígenas e certas comunidades ribeirinhas, a transmissão é feita via satélite para o respectivo Tribunal ou zona. Depois de receber os dados, os TREs dão início ao procedimento de totalização dos votos (soma de todos os boletins de urna) e, em seguida, à divulgação dos resultados

Biometria

As eleições de 2022 viram o surgimento de um novo componente dentro da urna eletrônica: a biometria. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dos 156 milhões de brasileiros aptos a votar em 2022, mais 120 milhões tinham cadastro biométrico. Esse índice só foi alcançado porque a Justiça Eleitoral firmou convênio para usar digitais de eleitores colhidas e armazenadas em bancos de dados de outros órgãos oficiais, como o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

O uso da biometria foi um projeto-piloto nas eleições de 2022, e de acordo com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, o Teste de Integridade com biometria teve 100% de aprovação nas 58 seções eleitorais em que ele foi realizado.

Nessas seções, 2.044 eleitores –o que corresponde a 12,9% do eleitorado que efetivamente compareceu para votar nelas no primeiro turno– votaram normalmente e, em seguida, foram convidados por um servidor da Justica Eleitoral a participar o teste com biometria. Eles foram encaminhados a uma outra sala, onde apenas posicionaram o dedo no leitor biométrico para identificação naquela seção de teste.

Teste de integridade

Além do teste com biometria, as urnas passaram pelo Teste de Integridade que acontece há várias eleições.

De acordo com a Resolução TSE nº 23.674/2021 (Calendário Eleitoral), serão publicados no Portal da Corte Eleitoral, até o dia 29 de novembro de 2022, os relatórios conclusivos sobre a fiscalização realizada no Teste de Integridade das Urnas Eletrônicas –no primeiro e no segundo turnos– elaborados pela empresa de auditoria externa contratada para acompanhar os trabalhos.

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