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Computação de borda e 5G prometem impulsionar evolução da IoT
Durante fórum virtual, especialistas abordaram os impactos dessas tecnologias para as redes da internet das coisas; além disso, debateram as aplicações da IoT na medicina.
A 6ª edição do "IoT Business Forum", organizada pela TI Inside, reuniu especialistas para discutir as melhorias que a computação de borda e a rede 5G podem proporcionar à internet das coisas (IoT). Entre essas melhorias, estão a redução da latência e o aumento da eficiência energética das redes de IoT, além de transferências de dados mais rápidas. Outro tema discutido foi o uso de soluções de IoT na área da saúde.
IoT e computação de borda
A computação de borda se refere ao processamento, análise e armazenamento de dados em pontos próximos de onde eles são gerados, o que permite análise e respostas rápidas, quase em tempo real. Francisco Caramaschi Degelo, business development manager da Vertiv LATAM, explicou que o local de processamento da informação é o que garante vantagens à computação de borda: "na computação tradicional, os dados são gerados no núcleo da rede e consumidos na ponta. Esse modelo está mudando: agora é possível gerar uma quantidade enorme de informação na borda, onde a maior parte da informação também será processada".
Por essa razão, a computação de borda é capaz de suprir as demandas – principalmente de velocidade –das aplicações mais novas, muitas delas nas áreas da medicina, indústria ou entretenimento (como jogos eletrônicos e streaming). Para o especialista, essas demandas não seriam tão bem atendidas pela computação tradicional, que se mostra mais eficaz para fins de navegação, armazenamento e backup –ações que envolvem menores frequências de transmissão, volume de dados e exposição à latência.
Outras aplicações da computação de borda são a comunicação máquina-a-máquina, a robótica, as cidades inteligentes, a realidade virtual, o e-commerce e a otimização de apps e websites.
Os especialistas ressaltaram que a computação de borda é uma importante aliada da Internet das Coisas. "Alguns benefícios do edge computing para a comunicação com dispositivos IoT são a transferência de dados segura, o bloqueio em tempo real de vulnerabilidades, as atualizações de firmware rápidas e a maior vida útil da bateria dos aparelhos", pontuou Jorge Vergés, diretor de vendas da Cloudflare Latin America.
O que o 5G representará para a internet das coisas
De acordo com Edvaldo Santos, head de R&D e inovação da Ericsson, "o 5G não é pura e simplesmente uma nova geração de internet móvel, que possibilitará capacidades de transmissão maiores". A nova rede traz muitas outras características disruptivas, como latência próxima a zero, alta eficiência energética e ultravelocidades. Com isso, o 5G viabilizará transformações em diferentes campos, desde a indústria automobilística até o agronegócio e as cidades inteligentes. "O 5G permite a sofisticação do conceito de IoT", resumiu o especialista.
Além dos dispositivos inteligentes, o 5G incorpora diversas outras tecnologias, conforme explicou José Felipe Otero, vice-presidente da 5G Américas para América Latina e para o Caribe: "quando falamos em 5G, não estamos falando de uma rede simplesmente, mas de um ecossistema com muitas tecnologias distintas, que, juntas, fornecem um tráfego de dados muito mais rápido".
IoT na saúde
O evento também contou com um painel sobre as aplicações da internet das coisas na medicina. Segundo Diego Barros Camacho, connectivity manager da América Latina na Hillrom/Baxter, soluções de IoT estão sendo utilizadas para facilitar a rotina dos profissionais da saúde. Elas permitem, por exemplo, automatizar e simplificar a captura de sinais vitais e a gestão de riscos ao paciente. "Com essas soluções, conseguimos fazer tarefas que antes eram humanamente impossíveis de serem realizadas", complementou o especialista. Entre essas tarefas, está a medição de alterações mínimas de temperatura e pressão do paciente.
Na sequência, Katia Galvane, diretora para insurance e health da NTT Data Brasil, explicou que o tratamento de um paciente requer alto grau de atenção e dedicação de horas da equipe médica e de enfermagem, a fim de evitar eventos adversos, como quedas do paciente e retiradas acidentais de dispositivos terapêuticos. Nesse cenário, a IoT poderia ser empregada para identificar automaticamente eventos relacionados à segurança do paciente durante a permanência em uma instituição hospitalar, por meio da captura de imagens com alta velocidade de processamento.
Contudo, os especialistas destacaram que é preciso priorizar a privacidade dos pacientes e a proteção de seus dados ao usar dispositivos inteligentes. "As informações devem ser obtidas, trafegadas e armazenadas com o zelo necessário para o manuseio de dados", disse Guilherme Machado Rabello, head de inovação do InovaInCor (núcleo de inovação do Instituto do Coração-InCor).