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Como as grandes organizações financeiras estão modernizando suas infraestruturas de dados
Para a pesquisa da Denodo, à medida que os líderes de dados modernizam suas capacidades operacionais, há uma preocupação crescente quanto à qualidade dos dados e à ampliação de seu acesso.
Um novo relatório produzido pela Corinium, em parceria com a Denodo, trouxe os resultados de uma pesquisa conduzida com 100 executivos europeus. Os entrevistados ocupam cargos de tomada de decisão, como Chief Information Officer (CIO) e Chief Data Officer (CDO), em empresas no Reino Unido e no norte da Europa, com receitas anuais de pelo menos US$500 milhões. Eles explicaram como suas empresas estão construindo infraestruturas de dados capazes de alcançar a escala, a velocidade e a resiliência necessárias para as organizações financeiras nos dias atuais.
De início, o relatório afirma que, nas regiões analisadas, os líderes de dados estão presenciando um amadurecimento de suas estratégias de transformação digital. Isso tem provocado um volume crescente de dados, os quais, por sua vez, estão sendo cada vez mais utilizados para inovar e criar variados produtos e serviços financeiros.
Agilidade é o segredo
"As instituições financeiras estão se esforçando para processar seus dados de forma mais rápida em resposta às novas demandas de negócios, sem sacrificar a segurança, a governança ou a qualidade. Parte dessa demanda é impulsionada pelos consumidores, que desejam acesso em tempo real e em vários canais a produtos e serviços. Também é motivada pelos provedores, que buscam oportunidades comerciais para cross-sell, upsell e expansão", detalha o documento.
O relatório também destaca que a agilidade empresarial, obtida por meio de uma boa gestão de dados, não apenas ajuda as empresas financeiras a cumprirem suas obrigações de compliance, reduzindo o risco de multas e danos à reputação, mas também agrega valor de outras maneiras. "Os dados nos proporcionam oportunidades tanto para reduzir despesas quanto para gerar receita", lembra Pedro Duarte, diretor de serviços da BNY Mellon.
Ao obter insights mais rápidos, as organizações financeiras podem responder rapidamente às mudanças no comportamento do cliente e às tendências de mercado, melhorando sua competitividade. Os insights ainda permitem que as organizações financeiras identifiquem e respondam a riscos com antecedência, evitando perdas e protegendo os ativos de seus clientes.
No entanto, na busca por maior agilidade, as organizações não podem menosprezar fatores como as regulamentações cada vez mais complexas e os requisitos de compliance, além dos riscos financeiros (como crédito, liquidez e risco de mercado) e não-financeiros (como risco operacional e reputacional). É preciso, ainda, que as instituições contem com uma robusta conformidade regulatória e cumpram com suas obrigações de Know your Customer (KYC) e Anti-Money Laundering (AML).
O desafio dos sistemas legados e silos de dados
Quando perguntados sobre quais fatores tornam as empresas financeiras menos ágeis, 86% dos entrevistados culparam os silos de dados e os sistemas legados. Os silos de dados são depósitos de informações gerenciados por um departamento específico, que permanecem isolados dos demais sistemas da empresa. Já os sistemas legados são plataformas ou softwares que encontram-se ultrapassados.
O relatório explica que os sistemas legados podem ser um problema para qualquer setor que depende de tecnologia. Porém, as instituições financeiras enfrentam desafios particulares, que podem torná-las mais vulneráveis aos riscos associados à tecnologia desatualizada. Alguns dos desafios são os requisitos regulatórios rigorosos, a segurança de dados e as pressões de um mercado competitivo.
Alguns empresários acreditam que a única maneira de evitar a desatualização dos sistemas seria investindo em processos manuais mais cedo, de modo a garantir a formatação correta dos dados desde o princípio. "A solução simples é gastar mais tempo e trabalho manual corrigindo, ajustando ou preparando manualmente dados que, em teoria, poderiam ser preparados automaticamente", diz Vladimir Bendikow, CDO do FBN Bank.
Além disso, 61% dos entrevistados afirmaram empregar uma camada unificada de acesso aos dados a fim de garantir sua acessibilidade, segurança e organização. Para algumas instituições financeiras, isso significa adotar uma abordagem física focada na infraestrutura necessária para armazenar, processar e acessar os dados. No entanto, essa abordagem pode ser custosa, já que construir e manter centros de dados, infraestrutura de rede e hardware pode ser caro, especialmente para organizações menores ou com recursos limitados.
Por outro lado, as instituições financeiras podem adotar uma abordagem lógica para criar uma camada de acesso universal aos dados. Essa abordagem concentra-se na organização dos dados, gerenciamento e políticas de acesso, incluindo virtualização, integração, padronização e controle de dados. Neste sentido, 31% dos entrevistados disseram que atualmente utilizam tecnologias de virtualização de dados para realizar análises e relatórios.
Lidando com os silos de dados
Sobre os silos de dados, Charles Southwood, vice-presidente regional da Denodo afirmou: "O problema com os silos de dados é que os volumes de dados continuam crescendo. O desafio, então, é saber como dividir esses dados de maneira útil e gerenciável. É por isso que estamos vendo um aumento na adoção da virtualização de dados, pois, em vez de tentar resolver o problema na fonte, criam-se modelos virtuais que acessam várias outras fontes, independentemente de onde estejam".
Quase dois terços dos líderes de dados entrevistados, 59%, afirmaram que os silos estavam impedindo o cumprimento de suas obrigações de conformidade, enquanto 58% disseram o mesmo em relação aos desafios de governança de dados. A pesquisa também identificou que a má qualidade dos dados é um problema que preocupa 81% dos executivos.
Embora alguns desses silos sejam decorrentes de cenários legados, como aquisição de outras empresas ou reestruturações, outros são uma necessidade legal, fornecendo as chamadas "barreiras de proteção" necessárias entre diferentes entidades legais.
Pontos de melhoria
Conforme o relatório, à medida que os líderes de dados modernizam suas capacidades operacionais, há uma preocupação crescente quanto à qualidade dos dados e à ampliação de seu acesso.
81% dos executivos entrevistados disseram que os problemas na qualidade dos dados estão no topo da lista das preocupações. Para os entrevistados, este fator é o mais provável de impactar negativamente a capacidade de acessar, processar e analisar os dados necessários para cumprir as obrigações de compliance da empresa. Além disso, 58% dos entrevistados relataram que a limitação do acesso aos dados prejudica as recomendações personalizadas fornecidas ao cliente.
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