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ChatGPT e o futuro da inteligência artificial

A inteligência artificial tem potencial para impactar de forma significativa o mercado brasileiro, e modelos de linguagem como o ChatGPT têm tudo para serem protagonistas nesse cenário.

O enredo é conhecido: basta uma tecnologia disruptiva ser lançada para logo começarem os debates acalorados sobre seu real potêncial e as possíveis repercussões de seu uso na sociedade. Foi assim com a TV, com a internet, com os telefones celulares, com as redes sociais e com tantos outros dispositivos e ferramentas desenvolvidos no último século.

A bola da vez é o ChatGPT, uma ferramenta que usa a inteligência artificial e o aprendizado profundo para produzir textos similares aos escritos pelos humanos. Desde que foi lançado, no dia 30 de novembro de 2022, ele tem sido usado para as mais diversas finalidades, como redação de contos, prosa, textos persuasivos, música, trabalhos universitários, programação de códigos básicos, resolução de problemas matemáticos e traduções. É, portanto, uma ferramenta com grande potencial de uso nos negócios, na publicidade e no marketing, entre outros setores.

Origem

O ChatGPT foi criado pela startup de pesquisa e desenvolvimento OpenAI, a mesma empresa que está por trás do DALL-E, uma ferramenta gera uma gama aparentemente ilimitada de imagens em resposta às solicitações dos usuários. Tanto o DALL-E quanto o ChatGPT são treinados com grandes quantidades de dados para gerar conteúdo.

De acordo com a empresa, o formato de comunicação permite que o robô do ChatGPT responda a perguntas de acompanhamento, admita seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas. Ele é similar à assistente virtual Alexa, da Amazon, com a diferença de que em vez de receber comandos de voz, ele usa textos para se comunicar.

Ele é uma variante do modelo GPT (Generative Pre-trained Transformer), que foi desenvolvido pela OpenAI em 2018. A ideia inicial era que ele ajudasse os desenvolvedores a criar programas de chatbot e assistentes virtuais mais avançados, mas a equipe da OpenAI continuou aprimorando-o e, em 2019, lançou o GPT-2 em 2019. Em 2020, surgiu o GPT-3, o modelo mais avançado de linguagem criado até hoje.

O robô foi treinado principalmente em inglês, mas também é capaz de compreender e responder em outros idiomas, como espanhol, francês, alemão e português.

Crescimento e investimento elevados

A adesão ao ChatGPT foi explosiva: cinco dias após seu lançamento ele já tinha mais de um milhão de usuários. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, o Instagram, que é um dos mais populares serviços de mídia social, demorou dois meses e meio para atingir essa marca. O streaming de músicas Spotify, cinco meses. E o serviço de armazenamento de arquivos em nuvem Dropbox, sete meses. Já o Netflix, lançado no remoto ano de 1999 como um serviço de encomenda de filmes por correio, demorou três anos e meio para chegar à marca de um milhão de usuários.

Parceria de peso

Diante de tamanho sucesso, a Microsoft, que já era parceira da OpenAI, confirmou, no dia 23 de janeiro, que está fazendo um investimento “multibilionário” na empresa como parte de um esforço maior para adicionar mais inteligência artificial ao seu conjunto de produtos. Em uma postagem de blog, a OpenAI afirmou que o investimento de vários anos será usado para “desenvolver uma IA cada vez mais segura, útil e poderosa”.

O acordo entre as duas empresas é de exclusividade, e o aprofundamento da parceria tem o potencial de impulsionar os projetos ambiciosos da OpenAI, de catapultar a Microsoft como líder em IA e, no futuro, abrir caminho para a incorporação do ChatGPT em aplicativos como Word, PowerPoint e Outlook.

Segundo a Microsoft, a primeira aplicação da marca a incorporar o ChatGPT deve ser o serviço de computação em nuvem Azure, que é usado por muitas empresas.

Como isso afeta o Brasil?

A inteligência artificial tem potencial para impactar de forma significativa o mercado brasileiro, e modelos de linguagem como o ChatGPT têm tudo para serem protagonistas nesse cenário em aplicações de:

  • Assistência virtual: na criação de assistentes virtuais capazes de responder perguntas e fornecer informações aos clientes de maneira natural e eficiente.
  • Processamento de linguagem natural: no processamento e análise de grandes volumes de dados de texto, como comentários de clientes, feedbacks e outras informações relevantes para a empresa.
  • Tradução automática: a capacidade que a ferramenta tem de traduzir textos de diferentes idiomas facilita a comunicação com clientes e parceiros internacionais.
  • Análise de sentimentos: a inteligência artificial analisa sentimentos e opiniões presentes em textos, possibilitando aos negócios entender melhor as opiniões e sentimentos dos clientes.
  • Robôs de atendimento: na criação de robôs de atendimento capazes de se comunicar com os clientes de forma natural e personalizada.

A inteligência artificial também pode ajudar a melhorar a eficiência em setores como saúde, finanças, agricultura e transporte. No entanto, é importante considerar os desafios éticos e de privacidade que podem surgir com seu uso crescente.

Além disso, deve-se levar em conta que a inteligência artificial não é uma solução mágica, e que as empresas precisam desenvolver uma estratégia clara para implementar e obter resultados.

Que novos problemas são gerados com o uso do ferramentas como o ChatGPT?

O ChatGPT está sujeito a erros e limitações –tanto que ainda está em fase experimental. Dependendo dos termos usados na pesquisa, é possível obter resultados que parecem plausíveis, mas também há chances de se receber informações sem sentido.

Uma das principais preocupações em relação à tecnologia está em seu possível uso de forma maliciosa para disseminar notícias falsas ou influenciar opiniões. Como ela pode ser usada para automatizar a geração de conteúdo, são grandes as chances de ela levar à desvalorização do conteúdo criado por humanos. Já nas escolas, a preocupação é com o impacto que o ChatGPT pode ter sobre os alunos e sua capacidade de colar nas tarefas.

O futuro da inteligência artificial no Brasil

A inteligência artificial não se resume ao ChatGPT, e a expectativa é que ela desempenhe um papel importante no futuro do Brasil, em áreas como:

  • Agricultura: pode ser usada para otimizar a produção agrícola por meio de técnicas como o monitoramento de cultivos com drones e a análise de dados climáticos.
  • Saúde: melhoria na precisão de diagnósticos médicos, monitoramento de pacientes crônicos e desenvolvimento de novos tratamentos.
  • Transporte: otimização da logística de transporte e gerenciamento de tráfego, incluindo aplicativos de transporte colaborativo e veículos autônomos.
  • Serviços financeiros: detecção de fraudes e melhoria na precisão de análises de crédito.

Para aproveitar ao máximo essas possibilidades, no entanto, é preciso preparar a infraestrutura e as competências necessárias para implementar e usar a inteligência artificial de maneira eficaz, além de discutir os impactos e regulamentação para garantir segurança e privacidade.

Quais riscos as empresas enfrentam com o desenvolvimento da IA?

O desenvolvimento e uso da inteligência artificial traz consigo alguns riscos para as empresas, entre os quais:

  • Falta de confiabilidade e precisão: decisões baseadas em inteligência artificial podem ser imprecisas ou mesmo erradas se os dados usados para treinar os algoritmos forem incompletos, incorretos ou desatualizados.
  • Discriminação: decisões baseadas em inteligência artificial podem refletir preconceitos presentes nos dados usados para treinar os algoritmos, levando à discriminação contra determinados grupos de pessoas.
  • Responsabilidade: as empresas podem ser responsabilizadas por danos causados por decisões baseadas em inteligência artificial, especialmente se elas forem consideradas negligentes ou ilegais.
  • Privacidade: o uso da inteligência artificial implica no armazenamento e processamento de grandes quantidades de dados pessoais, o que pode aumentar os riscos de violação de privacidade.
  • Segurança: sistemas baseados em inteligência artificial podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos, o que pode comprometer a segurança de dados e até causar danos físicos.
  • Desemprego: a automação de tarefas humanas devido ao uso da inteligência artificial pode causar desemprego e mudanças significativas no mercado de trabalho.
  • Ético: o uso da inteligência artificial pode causar problemas éticos, tais como a falta de transparência nas decisões tomadas por sistemas baseados em IA, ou a falta de controle sobre o uso de dados pessoais.

É importante que as empresas reconheçam esses riscos e implementem medidas para mitigá-los, incluindo a diversidade de dados de treinamento, monitoramento constante e transparência nas decisões tomadas pelos algoritmos de inteligência artificial.

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