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As 9 mulheres mais influentes em tecnologia
Embora ainda haja menos mulheres do que os homens nas indústrias de ciência e tecnologia hoje em dia, a lacuna está se fechando. Aqui estão algumas das mulheres mais notáveis na área de tecnologia.
A tecnologia hoje influencia todos os aspectos de nossas vidas, mudando constantemente e se tornando mais progressiva. No entanto, enquanto a palavra "tecnologia" sugere inovação e progresso, as estatísticas de emprego ainda mostram uma forte divisão de gênero, especialmente quando se trata de mulheres.
Em fevereiro de 2020, a Statista analisou dados auto reportados do Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft e descobriu que mulheres compõem entre 28% e 42% do total da força de trabalho dessas cinco gigantes da tecnologia. Mulheres em cargos de liderança nessas mesmas empresas variam entre 25% e 33% do total e o percentual geral de mulheres em empregos na área de tecnologia cai ainda mais para entre 20% e 23%.
Embora ainda haja muito trabalho a fazer, essa disparidade está mudando gradualmente.
Aqui estão nove das principais mulheres atuando em tecnologia hoje, muitas das quais são ativistas poderosas que trabalham por mais diversidade e representação em seus campos de atuação.
1 - Kimberly Bryant, fundadora e CEO da Black Girls Code
Kimberly Bryant se destacou em ciências e matemática quando criança e ganhou uma bolsa de estudos na Universidade Vanderbilt. Lá, obteve um bacharelado em Engenharia Elétrica com especializações em Matemática e Ciência da Computação.
Por mais de duas décadas, Bryant assumiu papéis de liderança técnica em várias empresas farmacêuticas e biotecnológicas, incluindo Novartis e Merck.
Porém, foi apenas quando sua filha demostrou interesse em Ciência da Computação que Bryant percebeu que ainda faltavam mulheres negras nas profissões das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Essa lacuna não era devida à falta de interesse –era devida à falta de acesso e exposição a tópicos STEM.
Bryant fundou a Black Girls Code em 2011, uma organização sem fins lucrativos localizada em São Francisco que expõe meninas negras e não-brancas entre 7 e 17 anos a matérias de STEM. Aqui, as meninas podem aprender habilidades em alta demanda no mercado de tecnologia enquanto pensam sobre o que querem ser quando crescerem. A organização tem o objetivo de ensinar 1 milhão de meninas negras a programar até 2040. Hoje, a organização tem 16 unidades nos Estados Unidos e uma unidade em Joanesburgo, na África do Sul.
Leia a posição de Bryant sobre mudanças no ambiente de trabalho aqui.
2 - Safra Catz, CEO da Oracle
Safra Catz imigrou para os EUA de Israel aos 6 anos de idade. Ela obteve um diploma de bacharelado da Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e seu Juris Doctor pela Penn Law.
Catz foi bancária na Donaldson, Lufkin & Jenrette, trilhando seu caminho até se tornar a diretora administrativa e então vice-presidente sênior da empresa. Em 1999, Catz juntou-se à Oracle como vice-presidente sênior. Ingressou no conselho de administração da empresa em 2001 e foi nomeada presidente em 2004.
Sob a direção de Catz, a Oracle iniciou mais de 130 aquisições e fusões na década seguinte. A mais conhecida dessas aquisições foi a da rival direta PeopleSoft, que a Oracle adquiriu em 2004 por US$ 10,3 bilhões.
Em 2014, Catz se tornou co-CEO da Oracle, junto a Mark Hurd. Ela se tornou a única CEO em 2019, após o falecimento de Hurd. Ela também leciona contabilidade na Stanford School of Business e foi eleita para o conselho de administração da Walt Disney Co. em 2017.
3 - Elizabeth Churchill, diretora de experiência do usuário no Google
Elizabeth Churchill estudou na Universidade de Sussex e obteve um bacharelado em pesquisa e psicologia experimental e um mestrado em sistemas baseados em conhecimento. Ela obteve seu Ph.D. pela Universidade de Cambridge.
Churchill mudou-se para a Califórnia para se juntar ao Laboratório FX Palo Alto e mais tarde ao Palo Alto Research Center. A partir daí, ocupou cargos em várias empresas de tecnologia, incluindo Yahoo, eBay e Google. Atualmente, ela é diretora de experiência do usuário do Google. Nesse papel, Churchill pesquisa e apresenta temas relacionados à ciência da computação, psicologia, design, análise e antropologia para tornar a experiência do usuário mais precisa e eficiente.
Churchill também atua como vice-presidente da Association of Computing Machinery. Ela também tem mais de 50 patentes concedidas ou pendentes, e mais de 100 artigos publicados em múltiplas áreas de psicologia e computação.
4 - Kate Crawford, cofundadora da New York University's AI Now Institute
Kate Crawford iniciou sua carreira explorando as implicações sociopolíticas e aplicações da inteligência artificial após obter seu Ph.D. pela Universidade de Sydney.
Em sua pesquisa, Crawford busca entender os benefícios e perigos da IA e da aprendizagem de máquina no contexto mais amplo da história, política, trabalho, meio ambiente e outros setores. Crawford defende o desenvolvimento consciente e respeitoso da IA. Seu trabalho examina como essas tecnologias poderiam potencialmente levar a viés, disrupções na força de trabalho e da cadeia de suprimentos, impactos econômicos devido à automação, violações de privacidade e redução de direitos humanos graças ao aumento da vigilância.
O trabalho de Crawford foi publicado em veículos de comunicação como Nature, Science, The New York Times e The Atlantic. Sua visão levou a múltiplas palestras e papéis consultivos na tomada de decisão de formuladores de políticas nas Nações Unidas e na Casa Branca.
Crawford cofundou o Instituto AI Now da Universidade de Nova York em 2017, o primeiro instituto universitário dedicado a pesquisar o impacto social da IA, e o primeiro instituto de IA liderado e fundado por mulheres. O objetivo do instituto é mudar a forma como pesquisadores olham para a IA e expandir sua interpretação de um ponto de vista somente técnico para incluir também história, sociologia e direito para informar suas decisões de desenvolvimento.
Leia um artigo de coautoria de Crawford sobre gênero, raça e poder em IA.
5 - Fei-Fei Li, codiretora do Instituto de IA Centrada em Humanos de Stanford
Fei-Fei Li nasceu em Pequim, China, e mudou-se para os EUA aos 16 anos. Ela se graduou em Princeton com bacharelado em Física, e obteve seu Ph.D. pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia em Ciência da Computação.
Depois de se formar, Li ministrou cursos de Engenharia e Ciência da Computação nas Universidades de Illinois e Princeton. Ela então se juntou a Stanford em 2009, onde ela ainda leciona como professora titular plena. Li atuou como diretora do Laboratório de IA de Stanford de 2014 a 2018. Atualmente, ela detém o título de codiretora do Instituto de IA Centrada em Humanos de Stanford.
A pesquisa de Li se concentra na neurociência cognitiva e computacional e aprendizado de máquina para melhorar a capacidade de reconhecimento de imagem por IA. Esta pesquisa a levou a tirar um ano sabático de Stanford de janeiro de 2017 a setembro de 2018, quando atuou como vice-presidente do Google e cientista-chefe de IA e aprendizado de máquina no Google Cloud.
Li também fundou a AI4ALL junto com sua aluna de doutorado, Olga Russakovsky, em 2017. A AI4ALL é uma organização sem fins lucrativos destinada a aumentar a diversidade na esfera da IA por meio da educação, recrutamento, mentoria e formação de estudantes em comunidades historicamente carentes. A AI4ALL fez parcerias com profissionais de organizações como Stanford, Carnegie Mellon, Black Girls Code e Girls Who Code. Hoje, opera programas de verão em 16 locais nos EUA.
Saiba mais sobre os pensamentos de Li sobre o desenvolvimento ético de IA aqui.
6 - Ellen Pao, cofundadora e CEO do Project Include
Ellen Pao aprendeu a programar aos 10 anos com sua mãe, uma engenheira de computação na Universidade da Pensilvânia. Pao se formou com um Bacharelado em Ciência da Engenharia em engenharia elétrica e um certificado em políticas públicas pela Universidade de Princeton. Ela também conquistou um Juris Doctor em Direito da Harvard Law e um MBA pela Harvard Business School.
Depois de trabalhar para várias empresas do Vale do Silício - incluindo WebTV e BEA Systems - Pao tornou-se chefe técnica de pessoal da Kleiner Perkins Caufield & Byers, uma empresa de capital de risco de São Francisco. Ela acabou processando a empresa por preconceito e discriminação de gênero.
Em 2013, Pao tornou-se chefe de desenvolvimento de negócios e parcerias estratégicas do Reddit, passando a CEO interina em 2014. Pao é uma defensora dos direitos das mulheres e transformação a cultura corporativa, e ela proibiu o uso de "pornografia de vingança" e publicação de nudes não autorizados no Reddit. Esse movimento inspirou outras plataformas de mídia social a instituir políticas semelhantes.
Pao mais tarde se demitiu do Reddit e fundou o Project Include com várias outras mulheres na indústria de tecnologia. A missão do grupo é abordar e prevenir o sexismo e a discriminação de gênero no Vale do Silício, e melhorar a diversidade e inclusão dentro das empresas de tecnologia.
7 - Reshma Saujani, fundadora e CEO da Girls Who Code
Reshma Saujani formou-se na Universidade de Illinois com um bacharelado em Ciência Política e Comunicação Oral. A partir daí, ela recebeu seu mestrado em Políticas Públicas pela Kennedy School of Government de Harvard, e seu Juris Doctor pela Yale Law School.
Saujani se tornou a primeira mulher indiano-americana a concorrer ao Congresso dos EUA em 2010, quando ela fez campanha para uma cadeira na Câmara de Nova York. Durante a corrida, ela realizou a primeira campanha política usando ferramentas como a Square para receber doações. E enquanto visitava escolas da área durante a corrida eleitoral, viu em primeira mão a diferença de gênero nas aulas de informática.
Em 2012, Saujani fundou o Girls Who Code para abordar essa lacuna de gênero na força de trabalho tecnológica, com programas a partir do 3º ano até o período de faculdade. A organização oferece imersão de verão e programas nos campuses, recursos on-line, livros, clubes pós-aulas nas escolas e programas para ex-alunas universitárias. Até o momento, a organização já atendeu mais de 450.000 meninas, aproximadamente metade das quais são de comunidades carentes compostas por meninas negras, latinas e de baixa renda.
Em 2017, Saujani publicou seu livro, Girls Who Code: Learn to Code and Change the World, promovendo os princípios de sua organização.
8 - Gwynne Shotwell, presidente e COO da SpaceX
Gwynne Shotwell é bacharel em Ciências e Mestre em Engenharia Mecânica e Matemática Aplicada pela Northwestern University. Após a graduação, Shotwell se inscreveu no programa de treinamento de gestão da Chrysler Corp. para iniciar uma carreira na indústria automotiva, mas ela rapidamente mudou de rumo para ir trabalhar em contratos de pesquisa espacial militar com a Aerospace Corp. em El Segundo, Califórnia. Lá, ela se tornou a engenheira-chefe de um programa de satélite classe MLV, onde ela pesquisou e desenvolveu políticas para exploração espacial comercial para a Administração Federal de Aviação e a NASA.
Seu interesse pela exploração espacial fez dela uma das principais candidatas à SpaceX em 2002. A SpaceX a trouxe como sua 11ª funcionária e vice-presidente de desenvolvimento de negócios. Desde então, Shotwell tornou-se presidente e COO da empresa, tornando-se responsável pelas operações diárias e pela divulgação e desenvolvimento da empresa.
A SpaceX foi a primeira empresa privada a colocar um satélite comercial em órbita e a primeira empresa privada a colocar seres humanos em órbita e enviá-los à Estação Espacial Internacional. É também o maior operador comercial de constelação de satélites do mundo.
Shotwell foi introduzida no Women in Technology International Hall of Fame e foi nomeada uma das 100 pessoas mais influentes da revista Time no mundo em 2020.
9 - Susan Wojcicki, CEO of YouTube
Susan Wojcicki originalmente seguiu uma carreira na academia. Graduou-se com honras pela Universidade de Harvard, obtendo um bacharelado em história e literatura.
Wojcicki desenvolveu um interesse em tecnologia durante seu último ano em Harvard. Ela seguiu em frente e se formou Mestre em Ciências em Economia pela Universidade da Califórnia Santa Cruz e obteve um MBA pela UCLA.
Após se graduar, ela voltou ao Vale do Silício para trabalhar em marketing na Intel. Mais tarde, ela se mudou para Menlo Park, onde alugou sua garagem como escritório para Larry Page e Sergey Brin, os fundadores do Google. Ela se tornou a 16ª funcionária do Google e primeira gerente de marketing, ajudando a desenvolver o Google Images e o Google Books.
Wojcicki ajudou a desenvolver o AdWords e o AdSense –os produtos de publicidade e análise do Google. A partir daí, ela se tornou vice-presidente sênior de publicidade e comércio do Google, onde liderou a divisão de publicidade e análise da empresa, incluindo o Google Video.
Ela então propôs a aquisição do YouTube - um concorrente direto para o Google Video –em vez de tentar competir com ele. Em 2006, o Google comprou o YouTube por US$ 1,65 bilhão.
Wojcicki tornou-se CEO do YouTube em 2014. Ela continua a liderar a subsidiária do Google em seu papel como uma das plataformas mais influentes e usadas da internet.