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Transformação digital e IoMT abrem caminho para os hospitais do futuro
A tecnologia salva vidas, impulsiona um mercado em expansão acelerada e enfrenta desafios relacionados à infraestrutura, à confidencialidade dos pacientes e à segurança de dados.
Nunca ocorreram mudanças tão rápidas e tão importantes na área médica quanto as que estamos presenciando nos últimos anos, com a transformação digital e a crescente utilização de recursos como inteligência artificial e internet das coisas (IoT) nos hospitais e nas demais instituições do ecossistema de saúde. Essa evolução alterou profundamente os parâmetros relacionados à infraestrutura de rede necessária para apoiar as novas ferramentas disponíveis e, ao mesmo tempo, criou desafios críticos em relação a questões como a segurança dos dados e a confidencialidade dos pacientes.
O objetivo número 1 de toda essa transformação é proporcionar aos pacientes o acesso adequado ao melhor tratamento médico possível e, assim, salvar mais vidas. As informações precisam fluir livremente, com precisão e de forma confiável, com a maior parte do tráfego gerada por dispositivos de TI na nuvem, e, ao mesmo tempo, em conformidade com os requisitos regulamentares para a proteção de dados confidenciais. O mercado avança em ritmo acelerado e calcula-se que apenas o segmento de IoMT (a chamada internet das coisas médicas) deverá atingir US$ 158 bilhões em 2022, segundo dados divulgados pela consultoria Deloitte.
Segurança em primeiro lugar
Qualquer que seja a dimensão ou a especialidade do hospital ou da unidade de saúde, a infraestrutura de rede deve se adaptar às novas demandas de eficiência e segurança e estar preparada para as inovações que ocorrerão no curto e no médio prazo. Afinal, a segurança dos pacientes e seus dados deve vir em primeiro lugar. Segundo o Instituto de Engenharia de Software da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh, Estados Unidos, a ameaça interna é o principal desafio de segurança nos hospitais. Mais da metade dos incidentes de fraudes internas no setor de saúde envolve o roubo de dados de pacientes. O resultado disso é que o mercado global de segurança cibernética na área de assistência médica crescerá 15% a cada ano e alcançará US$ 125 bilhões acumulados entre 2020 e 2025, de acordo com as projeções da Cybersecurity Ventures.
No Hospital Ito de Tóquio, por exemplo, os esforços de digitalização foram acompanhados de investimentos na segurança, particularmente em redes robustas construídas com soluções cabeadas wireless capazes de garantir a conformidade com as normas de proteção de dados e privacidade. Essas redes conectam câmeras IP remotas, controles de acesso às portas e outras medidas de segurança, além de um sistema AIM inteligente que proporciona uma infraestrutura física de automonitoramento unificado e acesso por cartão, entre outros recursos.
A conectividade avançada proporciona comunicações mais confiáveis entre funcionários, pacientes e visitantes. Também já são comuns nos hospitais os dispositivos de conexão Wi-Fi que geram dados de aplicativos médicos ou oferecem acesso a prontuários de pacientes e análises em tempo real. Essas ferramentas permitem que médicos e enfermeiras recebam alertas sobre a saúde do paciente e tomem decisões mais fundamentadas para orientar o tratamento. Por outro lado, a infraestrutura de segurança deve prevenir o acesso de pessoas não autorizadas por meio do rastreamento de todas as alterações na camada física, em tempo real.
Proteção do investimento
Levando-se em conta a proteção também dos investimentos já feitos nos hospitais, é necessário reduzir a necessidade de alterar continuamente o hardware e ser adaptável e escalável para atender às novas aplicações. Redes bem estruturadas oferecem, além da maior segurança, uma melhor a experiência do paciente, tanto no atendimento remoto quanto nas visitas ao hospital. Hardware, software e serviços prontos para se adaptarem às próximas demandas criam uma base para a evolução da rede no longo prazo. Para novas implementações ou atualizações de TI, deve-se considerar o cabeamento estruturado que permite a convergência de redes cabeadas e sem fio em uma única infraestrutura, com desempenho que pode crescer à medida em que surgem outros desafios e oportunidades.
Na China, por exemplo, o Hospital Popular de Dezhou, na província de Shandong, melhorou a eficiência operacional por meio de uma rede de alto desempenho, com um conjunto de soluções cabeadas, Wi-Fi e celular que aproveita o potencial da conectividade de IoT, a eficiência dos prédios inteligentes e a segurança do nível de saúde. E como é preciso lidar com as soluções legadas, foi possível reutilizar a infraestrutura existente de LAN e WLAN e implantar uma plataforma de cabeamento comum para uma infinidade de aplicações e dispositivos no espaço da atenção à saúde.
Já a Unidade 4 do Hospital da Universidade de Medicina da China definiu as bases para uma futura expansão e implantou uma infraestrutura de rede e datacenter baseada em requisitos de TI em conformidade com normas internacionais. Uma solução de infraestrutura backbone de fibra óptica de 40G/100G suportada por um sistema gerenciamento automatizado de infraestrutura (que permite que as falhas sejam rapidamente identificadas e corrigidas e que medidas preventivas sejam adotadas, para manter o sistema sempre em funcionamento) sustenta a transformação do hospital universitário, vinculado a um grande centro médico totalmente digital.
Do cabeamento estruturado de cobre e fibra prontos para o futuro às redes Wi-Fi supereficientes e plataformas celulares in-building já compatíveis com a tecnologia 5G, as soluções têm como objetivo capacitar as organizações públicas e privadas de atenção à saúde a acelerar a transformação e a inovação.
O setor de saúde está mudando rapidamente, impulsionado por novas tecnologias e expectativas dos pacientes. Uma forte infraestrutura é um fator essencial para possibilitar as mudanças que estabelecem a segurança de dados desejada, as sinergias de tecnologia de operações de TI e a experiência de uso positiva de funcionários e pacientes.
Sobre o autor: Marcelo Oliveira é gerente de soluções de Enterprise RUCKUS na CommScope, com mais de 20 anos de atuação no mercado de telecomunicações.