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Supply chain entrará no metaverso?

São necessárias tecnologias para melhorar a visibilidade em toda a cadeia de suprimentos. Com o metaverso seria possível implantar torres de controle de última geração, ou usar EDI para digitalizar todos os fluxos de informações em papel associados ao movimento de mercadorias.

Nos últimos anos, vimos várias tecnologias novas e disruptivas entrarem no mercado, agregando valor real aos ambientes de negócios e trazendo melhorias para a eficiência dos processos. Quase cinco anos atrás, enquanto o blockchain ainda não era tão popular, ganhou notoriedade rapidamente dentro do supply chain, onde, entre outros benefícios, permitia o monitoramento da proveniência de mercadorias e matérias-primas conforme se moviam pela cadeia de suprimentos. 

Agora, nos últimos meses, o metaverso é apontado como a próxima grande novidade a entrar no ambiente corporativo de TI. Em termos simples, o metaverso é um ambiente virtual compartilhado que pode ser acessado pela internet e permite que pessoas se conectem em experiências imersivas. Para avaliar se o metaverso seguirá o mesmo caminho do blockchain, é importante entender a própria tecnologia e sua relevância para o supply chain.

Durante a pandemia de Covid, muitos supply chains foram severamente afetados pela escassez de produtos e, até hoje, são continuamente impactados por diversas interrupções. São necessárias tecnologias para melhorar a visibilidade em toda a cadeia de suprimentos. Com o metaverso, seria possível implantar torres de controle de última geração, por exemplo. Empregada há muitos anos, a torre de controle é uma tecnologia que permite que as empresas obtenham maior visibilidade em toda a sua cadeia de suprimentos. 

Outra tecnologia que pode se beneficiar do metaverso é o EDI, presente no DNA de quase todas as operações de supply chain em todo o mundo é usado para digitalizar todos os fluxos de informações em papel associados ao movimento de mercadorias em uma cadeia física de suprimentos. Soluções como o OpenText Business Network já permitem que as empresas digitalizem e conectem as operações da cadeia de suprimentos, aproveitando várias tecnologias, incluindo comunicações baseadas em EDI que existem há décadas. 

As transações EDI também podem ser integradas a sistemas back-end, como ERP, para garantir que as informações do fornecedor externo possam entrar facilmente no sistema back-end do cliente. As tecnologias de integração, como o EDI, permitem que as empresas estabeleçam um backbone digital em todo o seu ecossistema de negócios. Agora, e se você pudesse pegar esse backbone digital e representá-lo em um metaverso?

E se você pudesse construir um modelo 3D de seu supply chain de ponta a ponta e aumentá-lo com dados de sensores IoT do mundo físico para permitir que você saiba onde estão suas remessas e em que condições elas estão? Cada contêiner, palete e caixa seria modelado em 3D, inserido no metaverso e alinhado com os fluxos de logística e transação B2B. Em essência, você usaria o metaverso para visualizar um gêmeo digital de sua cadeia física de suprimentos e suas remessas.

E se seu supply chain for afetado por um desastre natural (tornados, enchentes etc.) e você quiser ver como os fluxos logísticos seriam impactados? Essa interrupção também pode ser modelada no metaverso por meio da inserção de feeds de dados meteorológicos, com os quais você pode simular fluxos logísticos alternativos para contornar o local interrompido e identificar a rota mais segura para enviar mercadorias.

E se você pudesse executar cenários de probabilidades no gêmeo digital de seu supply chain? Por exemplo, você pode iniciar um novo projeto que requer a adição de 10 novos fornecedores. O metaverso pode ser usado para modelar e simular os novos fluxos de remessa de fornecedores e como eles afetam seus sistemas de gerenciamento de estoque e logística.

Certamente há um lugar para o metaverso em relação à visualização, simulação e gerenciamento das operações de supply chain, mas a tecnologia precisa deixar de ser percebida como um mero artifício e ser aplicada de forma que as empresas possam aproveitar todos os seus recursos.

Sobre o autor: Roberto Regente Jr. É vice-presidente da OpenText para América Latina e Caribe.

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