O impacto da tecnologia na indústria de alimentos e bebidas
Todo o ecossistema industrial pode se conectar, desde os projetistas, passando pelos fabricantes de máquinas e integradores de sistemas, até os usuários finais, a fim de criar os produtos que os clientes desejam, preservar o lucro e otimizar a cadeia de fornecimento.
Nos últimos anos, a indústria de alimentos e bebidas passou por mudanças constantes, adaptando-se às novas tendências de consumo que priorizam o sabor e o valor nutricional dos produtos. Essa realidade tem feito com que os processos de produção sejam executados com eficiência, em função de fatores como a importância de rótulos claros, opções à base de plantas, rastreabilidade como parte do plano de segurança alimentar e maior sustentabilidade na entrega dos alimentos.
Para isso, a tecnologia tem se tornado cada vez mais uma grande aliada do setor, operando uma transformação digital naquelas indústrias que ainda não possuem seus processos automatizados, bem como uma evolução digital naquelas que buscam otimizar exponencialmente suas operações. Por meio das mais diversas implementações tecnológicas, como a produção inteligente, é possível simplificar os processos na indústria de alimentos e bebidas, melhorar as linhas de produção para cada turno e cada lote e otimizar cada detalhe, desde o conceito do produto, passando pelos ingredientes e pela formulação, até a disposição dele nas prateleiras.
Um cenário tecnológico promissor
Neste sentido, a transformação digital e a produção inteligente provam ser capazes de mudar completamente as operações de produção em uma indústria de alimentos e bebidas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Food Engineering, por exemplo, 66% das empresas utilizam a rastreabilidade por lotes como parte do plano de segurança alimentar.
Além disso, segundo o relatório “The Internet of Things: Mapping Value Beyond the Hype”, divulgado pela McKinsey, o uso de tecnologias avançadas, como Machine Learning, gêmeos digitais e tecnologia robótica, pode movimentar até US$ 72 bilhões neste setor até 2025.
Estes dados reforçam que a junção das novas tendências de consumo e a disseminação da tecnologia tem mudado a cara da indústria global de alimentos e bebidas. Atualmente, o setor possui metas ambiciosas e conta com o auxílio da aplicação de uma produção inteligente e da transformação digital para vencer os desafios e atingir o sucesso desejado.
O papel da produção inteligente na indústria de alimentos e bebidas
A produção inteligente, portanto, tem se destacado cada vez mais no setor de alimentos e bebidas, com o propósito de revolucionar a forma como os fabricantes operam, oferecendo acesso a informações importantes em tempo real, por meio de um conjunto integrado de softwares e hardwares com conectividade a todo o sistema produtivo, o qual pode englobar as tarefas de controle, visualização e otimização.
Desta maneira, todo o ecossistema industrial é conectado, desde os projetistas, passando pelos fabricantes de máquinas e integradores de sistemas, até os usuários finais, a fim de criar os produtos que os clientes desejam, preservar o lucro, otimizar a cadeia de fornecimento para maior resiliência e chegar mais rapidamente ao mercado sem comprometer a qualidade ou a segurança da equipe.
Ao implementar a tecnologia da produção inteligente, as indústrias podem medir, monitorar e otimizar em tempo real seus principais indicadores de desempenho, como produção, tempo de parada não programada, segurança e qualidade. E, ao invés de dados em silos que limitam a propriedade intelectual, as empresas passam a ter acesso a dados integrados em todos os processos, que podem ser utilizados para otimizar a mistura de ingredientes, o projeto, a produção, a manutenção e, até mesmo, o suporte ao cliente.
Assim, o principal objetivo dos avanços tecnológicos constantes na indústria de alimentos e bebidas é garantir que as empresas tenham informações necessárias para tomarem decisões estratégicas, além de contar com operações automatizadas que assegurem segurança e confiabilidade aos produtos que chegarão aos consumidores finais. Desta maneira, é possível criar um setor com menos paradas, mais produtividade e segurança.
Sobre o autor: Paulo Rocha é Especialista do setor de CPG na Rockwell Automation, empresa multinacional com mais de 100 anos de experiência em tecnologia e inovação.