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Infraestrutura e IA: a nova fronteira da transformação digital
Para resolver os desafios trazidos pela IA, é essencial contar com tecnologia de ponta. E os data centers entram aqui como uma ferramenta-chave para apoiar este momento. Desta forma, é possível implementar uma infraestrutura de alto desempenho e alcançar a eficiência.
A transformação digital que vivemos hoje está diretamente conectada ao armazenamento e processamento de dados. Podemos dizer que os dados passam a ser o ponto mais importante da sua empresa, algo que já reflete em mudanças significativas na economia digital, hoje também chamada de economia de dados. E essas mudanças ficam ainda mais relevantes com a implementação da inteligência artificial, fator que considero como uma oportunidade para inovar. Li um Estudo da International Data Corporation (IDC) estima que em 2025 a quantidade de novas informações geradas por ano deve ultrapassar a marca de 175 zettabytes ou 175 trilhões de gigabytes.
É perceptível que o avanço das tecnologias de IoT e sistemas automatizados aumentou a quantidade de informações disponíveis e exigiu uma reavaliação das infraestruturas tecnológicas. Enquanto antes a capacidade de processamento de dados dobrava a cada dois anos, hoje esse ritmo se intensificou.
E para atender à crescente demanda, as empresas estão repensando suas arquiteturas de TI. Li uma pesquisa recente da Digital Realty que mostra que 53% dos líderes de TI nas Américas investem em sistemas de dados, infraestrutura e ferramentas de análise para melhor extrair insights, principalmente com a inteligência artificial. Vejo esse investimento de maneira positiva, afinal, a IA depende de dados, eles são como o combustível para o seu bom funcionamento.
Para resolver estes desafios trazidos pela IA, é essencial contar com tecnologia de ponta. E os data centers entram aqui como uma ferramenta-chave para apoiar este momento. Acredito que será bastante benéfico para o mercado, por exemplo, a adoção de serviços de data center colocation de alta densidade, capaz de suportar cargas de trabalho de mais de 30 kW por rack, e evitar o superaquecimento ou danos aos servidores. Desta forma, é possível implementar uma infraestrutura de alto desempenho e alcançar a eficiência.
Outro aspecto relevante é a garantia de segurança e desempenho. Para garantir que dados privados (como informações sensíveis de uma empresa ou pessoa) possam se conectar com dados públicos, é necessário ter uma boa interconexão entre diferentes data centers. Isso significa criar uma rede que permita que esses dados se comuniquem facilmente, mas de maneira controlada, garantindo que a governança seja bem definida. Assim, é possível proteger as informações privadas, enquanto se tira o melhor proveito dos dados públicos.
Além disso, é preciso olhar também para a integração de nuvens públicas e ambientes de edge. Este ponto é fundamental para otimizar a troca de dados, reduzindo a latência e melhorando a experiência do usuário final –um aspecto considerado essencial por 63% dos entrevistados do Global Data Insights, da Digital Realty. E quando se reduz a latência, diminui-se também o tempo de inferência, ou seja, a capacidade de tirar conclusões a partir de dados novos –ponto bastante relevante quando se fala em IA– afinal, o usuário requer respostas e aprendizado de máquina (ou machine learning) rápidos quando interage com a inteligência artificial.
Em um mundo cada vez mais orientado por dados, torna-se essencial que as empresas adotem estratégias inovadoras e tecnologias avançadas para se manterem competitivas. Nesse novo paradigma, ter uma infraestrutura robusta, que apoie a correta extração de insights a partir dos dados, a manutenção da baixa latência e da alta disponibilidade para o usuário final, será um diferencial para as organizações.
Sobre o autor: João Walter Bio Razori da Silva é diretor de produtos, soluções e estratégias de edge da Ascenty.