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Desafios e novas oportunidades de negócios para os provedores de serviços 5G

Tecnologia deve gerar US$2,7 bilhões em novos negócios no país até 2022, em áreas como IA, realidade virtual, IoT, computação na nuvem e segurança.

No final de setembro a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a versão final do edital de licitação do 5G, definindo para o começo de novembro a data do leilão. O movimento anima o setor e muitos consumidores pois o 5G proporcionará, além de uma conexão de internet móvel mais rápida, com baixíssima latência, um leque de novas oportunidades de negócios para os provedores de serviços, entre eles a operadoras de telecom. Segundo a IDC Brasil em 2021 e 2022, o 5G vai gerar US$ 2,7 bilhões em novos negócios envolvendo tecnologias como inteligência artificial (IA), realidade virtual e aumentada, internet das coisas (IoT), computação na nuvem, segurança e robótica.

Mas junto com a boa novidade também chegam preocupações para os responsáveis pela infraestrutura necessária para lidar com as novas tecnologias. Com inovações entrando em operação em um ritmo acelerado, torna-se difícil para os operadores ou administradores de redes planejar a transição de maneira adequada, o que pode gerar custo extras, caso a migração não seja feita de maneira correta. Os provedores de serviços se questionam continuamente como podem aperfeiçoar as redes de acesso com e sem fio, tanto em casa como em ambientes externos, sem colocar sua economia em risco e, ao mesmo tempo, acompanhar as tendências que regem o mercado. Tudo isso para proporcionar uma melhor qualidade e experiência de usuário. Esse é um dos desafios que o setor enfrentará nos próximos anos.

Transformação digital

A pandemia, o trabalho remoto e a permanência em casa aceleraram a transformação digital. Agora há novas demandas de uso da rede, impulsionadas por fatores como games online, a multiplicação de aparelhos conectados no ambiente doméstico e outros que surgiram recentemente, como a telemedicina e as oportunidades de negócio na indústria, que serão proporcionadas pelo 5G. Nesse cenário o uso de redes mais determinísticas se torna essencial, o que também acarreta novos requisitos de rede que as operadoras precisarão atender.

A implementação de inteligência artificial, a aprendizagem de máquina e a disseminação da internet das coisas também devem ganhar um novo fôlego. Elas colaboram com a captura, gestão da informação dentro do centro de dados e otimização do seu funcionamento. E essas tecnologias são essenciais também para impulsionar as chamadas smart cities. De acordo com a IDC, o investimento mundial em cidades inteligentes chegará a US$ 203 bilhões até 2024. Para atender às demandas dos consumidores por maior largura de banda e baixíssima latência, será necessário um processo de densificação no qual as redes de acesso evoluirão para se aproximar do consumidor e distribuir os dispositivos, a fim de oferecer melhor conexão a cada um deles.

Arquiteturas de acesso distribuído

Uma opção para conseguir isso em redes de acesso fixo é a implementação de arquiteturas de acesso distribuído (DAA), como Remote MACPHY, em conjunto com a tecnologia DOCSIS 3.1, com as quais os clientes podem ser abordados de forma simplificada e aprimorar seletivamente suas redes, com melhor distribuição e aumento da capacidade dos grupos de serviço. Outra opção é melhorar seletivamente as redes de alguns usuários para FTTH (Fiber-to-the-Home), com o uso arquiteturas evoluídas TAP ópticas e Indexing, e migrar os clientes em direção a essa rede, de forma consciente.

Nas redes wireless ou móveis, a densificação também terá de ser realizada e a evolução será seletiva, passando das macro cells para as small cells. Isso passa por pontos como a necessidade de soluções com foco na energia distribuída, conectividade, com a devida atenção a uma rede planejada para convergência e local de instalação, que seja definido de forma correta, já que o objetivo é que as small cells façam parte do mobiliário urbano sem afetá-lo.

As operadoras de serviços a cabo estruturam sua migração para uma arquitetura de acesso distribuído que permita a otimização do sistema de rede e headend com Remote MACPHY. Essa estratégia abre o caminho para a virtualização, orquestração e automatização, ao mesmo tempo em que oferece velocidades mais altas de modulações de ordem superior, entre outras importantes vantagens.

Wi-Fi 6 e além

Não há dúvida de que os serviços de conexão sem fio cresceram em importância durante o último ano, e as tecnologias Wi-Fi 6 e 6E são o passo seguinte para melhorar o rendimento e confiabilidade da rede doméstica. O Wi-Fi 6 (que se apresenta como uma opção complementar ao 5G) oferece maior capacidade e eficiência, razões pelas quais está se tornando uma necessidade para a indústria de comunicação. E o Wi-Fi 6E permite velocidades mais rápidas ao mesmo tempo em que aceita o fornecimento de serviços deterministas e de baixa latência. No futuro, o Wi-Fi 7 oferecerá níveis ainda maiores de rendimento para seguir a evolução da rede de acesso e as demandas dos clientes.

Em um cenário de evoluções constantes, é fundamental contar com um provedor tecnológico de soluções e serviços que seja inovador, ao mesmo tempo em que se adapta às condições do mercado, proporcionando às empresas o apoio ideal na tomada de decisão.

Sobre o autor: Hugo Ramos é CTO da CommScope para as regiões da América Latina e Caribe.

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