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Como a IA generativa pode se tornar um impulsionador de negócios digitais

Embora as máquinas possam ser programadas para executar tarefas complexas e até mesmo imitar certos aspectos do pensamento humano, a responsabilidade final sobre elas e suas ações ainda é parte do propósito dos seres humanos.

Quando se fala em inteligência artificial (IA) e machine learning (ML), a primeira coisa que vem à cabeça é o temor da humanidade em ser subjugada a máquinas poderosas, culminando na eliminação da nossa espécie quando perceberem que não somos mais úteis.

A inovação faz parte do desenvolvimento tecnológico e estamos vivenciando a disrupção que soluções baseadas em IA generativa, como o ChatGPT da OpenAI, o Bard do Google e outras, estão impactando a sociedade e mercados como um todo devido sua aplicação em uma infinidade de ações no nosso dia a dia, provando ser muito útil e eficiente. Então, vamos aproveitar e utilizá-las como uma aliada e não como uma ameaça.

Destacando o ChatGPT, que tem sido a solução de maior visibilidade, a ferramenta pode ser integrada a diversas plataformas, suas aplicações são infinitas e essas vantagens têm alavancado muito a sua utilização por empresas e profissionais. O mercado corporativo, sobretudo nos segmentos de Comunicação e Marketing de Conteúdo, tem feito muito uso do ChatGPT como um aliado para a geração de demandas em áreas de vendas e automação de marketing digital. De acordo com estimativa do Gartner, até 2025, 30% das mensagens de marketing enviadas por organizações de grande porte serão geradas sinteticamente. Em 2022, esse número era inferior a 2%.

Os setores de Vendas e Atendimento ao Cliente também se beneficiam com os usos da IA, uma vez que a plataforma tem a capacidade de criar textos simples sobre diversos assuntos, e dessa forma consegue agilizar e simplificar a criação de conteúdos, geração, qualificação, retenção e nutrição de leads, atendimento ao cliente, desenvolvimento de propostas e contratos.  Está comprovado que a IA generativa apresenta oportunidades reais para os negócios, mas vale lembrar que ela possui uma série de limitações e as ameaças também são reais, incluindo o potencial para “deepfakes”, questões de direitos autorais e outros usos maliciosos da tecnologia de IA generativa direcionados contra a sua organização.

No caso específico do trabalho jornalístico, que requer investigação, entrevista, análise e interpretação dos dados ou informações, continua sendo uma tarefa que exige habilidades humanas. O ChatGPT pode ser útil na redação de um conteúdo básico e na coleta de informações, porém não tem a capacidade analítica aprofundada, exigida de um profissional e nem a capacidade de avaliar a veracidade dos dados fornecidos. Por ser uma tecnologia ainda em desenvolvimento, muitas respostas podem ser imprecisas e até falsas, fato que vem corroborar que ela não substitui a produção humana, entregue por um especialista.

Avaliando pelo lado positivo, acredito, entretanto, que a tecnologia possui uma série de atrativos que garantem sua aderência no mercado, e que com o passar do tempo, tende a melhorar com o uso em massa. O ChatGPT fornece respostas rápidas, quase instantâneas, em qualquer idioma, sendo útil para obter informações ou soluções para problemas simples. Além disso, sua disponibilidade 24x7 e sua acessibilidade, independentemente do horário ou localização geográfica, permitem que os usuários acessem informações de qualquer dispositivo móvel ou obtenham suporte a qualquer hora do dia, reduzindo custos operacionais para as empresas.

Nada substitui a criatividade humana

“Uma máquina consegue fazer o trabalho de 50 homens ordinários. Nenhuma máquina consegue fazer o trabalho de um homem extraordinário.” A frase do escritor e filósofo americano Elbert Hubbard (1856-1915) nunca fez tanto sentido como nessa era da inteligência artificial. Os inputs humanos são essenciais. Uma boa ferramenta sem alguém para ‘fazer as perguntas certas’ é como um navio sem capitão. É preciso ter alguém para comandar.

Voltando ao setor de automação em Marketing, embora haja empresas que anunciaram demissões de redatores para adotar apenas ferramentas de AI como o ChatGPT na produção de conteúdo, o aconselhável é que o uso da tecnologia seja feito por um profissional da área como um complemento das tarefas - para receber insights, extrair dados de diferentes fontes, ter argumentos, automatizar tarefas - e assim ter mais tempo para se dedicar a atividades estratégicas e mais relevantes para a empresa e o negócio.

Finalizo aqui com uma reflexão sobre as questões éticas e sociais relacionadas à inteligência artificial: Embora as máquinas possam ser programadas para executar tarefas complexas e até mesmo imitar certos aspectos do pensamento humano, a responsabilidade final sobre elas e suas ações ainda é parte do propósito dos seres humanos. Caberá a nós utilizarmos seu potencial a nosso favor.

Sobre o autor: Natália Santos é coordenadora de Comunicação Corporativa e responsável pela estratégia digital da Adistec, distribuidora de TI especializada em soluções de infraestrutura para Data Centers e Segurança da Informação.

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