Colaboração, inovação e código aberto: aliados da rede 5G

O desenvolvimento da rede 5G em todo os paises é um dos grandes pendentes das agendas nacionais. E embora os investimentos nesta área tenham parado no ano passado devido à eminente atenção do contingente sanitário, em 2021 está prevista sua reativação e com isso –tenho certeza– avançaremos na transformação das telecomunicações, o que terá impacto no forma como percebemos nossa vida diária hoje.

Nesse sentido, os provedores de serviços de comunicação (CSPs) e empresas que buscam liberar o poder dessa tecnologia enfrentam um novo conjunto de desafios no nível operacional, como desenvolver e implementar uma estratégia de infraestrutura comum em toda a rede. Capaz de fornecer flexibilidade e automação na nuvem, reduzindo o custo operacional e permitindo a escolha de soluções de um ecossistema de vários fornecedores.

Por sua vez, empresas de outros setores além das telecomunicações, com essa tecnologia, vão modificar seus modelos de negócios por terem capacidades de conexão e interação nunca antes vistas, que só são possíveis com o código aberto.

Para entender qual tem sido seu papel na promoção do 5G, primeiro é necessário explicar que na Red Hat virtualizamos funções de rede para hardware genérico (VNF), o que rompeu com práticas anteriores que eram desenvolvidas apenas nas chamadas "caixas preto ”localizado, principalmente, nas bases de rádio.

Na verdade, a combinação de nosso trabalho técnico e nosso conhecimento, baseado em código aberto, tem permitido que CSPs e empresas implementem redes nativas em nuvem com mais rapidez com o objetivo de aumentar a agilidade.

Assim, ao considerar um esquema de colaboração, é possível ao mesmo tempo operar a conexão de forma mais eficiente e ser multiplataforma. Mas isso não é tudo: além de virtualizar essas funções, nós as colocamos em contêineres com a ajuda da computação de ponta. Assim surgiram os VNFs, que trouxeram grandes benefícios para o desenvolvimento da rede 5G, tais como:

• Remoção de aprisionamento
• Redução dos custos operacionais em até 30%, o que transcende a economia ou a possibilidade de expansão da capacidade da rede
• Independência de um único provedor
• Reutilização de hardware, propósito genérico, para realizar funções de rede

Por este motivo, o código aberto e sua visão de colaboração e inovação revolucionaram as telecomunicações em todo o mundo, permitindo que as empresas do setor não dependessem de “caixas pretas”.

Na verdade, as tendências internacionais apontam para como os CSPs e as empresas adotarão a nuvem em toda a rede para flexibilidade, agilidade e escalabilidade. Por meio do recurso de armazenamento virtual e de áreas mais amplas de colaboração, buscamos simplificar os desafios e as complexidades da migração para essas novas arquiteturas.

Por isso —estou convencido— hoje estamos mais perto do que nunca de uma verdadeira transformação das telecomunicações, que só pode ser possível com o seu aliado mais próximo: o open source.

Sobre o autor: Javier Cordero é o CEO da Red Hat México.