Cinco exemplos de como a IA está ajudando a resolver problemas humanos
A inteligência artificial tem um potencial imenso para auxiliar as organizações a atingirem seus objetivos e, em muitos casos, sua aplicação já começou a dar frutos, diz a Zendesk.
É fato: em 2020 utilizamos a inteligência artificial (IA) no nosso dia a dia. Embora alguns ainda pensem na IA como um conceito futurista, a verdade é que ela já faz parte do nosso cotidiano. Um exemplo é quando pedimos à Siri que nos ajude a encontrar lugares deliciosos para comer.
No caso das empresas, a ideia de usar a IA para ajudar está se tornando cada vez mais comum. De acordo com o relatório de tendências “CX”, da Zendesk, as pessoas se sentem mais confortáveis com a ideia de interagir com a IA se isso significar uma solução de problemas rápida e eficiente. Os chatbots, por exemplo, podem ser uma execelente ferramenta de atendimento ao cliente que ajuda a responder perguntas rapidamente e a encaminhar as ordens de serviço para as equipes certas.
Os algoritmos podem ajudar as empresas a preverem as necessidades dos clientes e a oferecer recomendações com base nas suas preferências. A inteligência artificial tem um imenso potencial para nos ajudar a fazer grandes coisas, algumas das quais foram relegadas a um pensamento ilusório há alguns anos.
Algumas das maneiras pelas quais a IA ajuda a resolver problemas humanos incluem:
- Fala preditiva
A comunicação não é igual para todos. Ferramentas frustrantemente lentas pode ser um desafio particular para as pessoas com deficiência motora que costumam usar tecnologia assistiva para se comunicar. As pesquisas mostram que as pessoas normalmente digitam entre cinco e 20 palavras por minuto, mas falam entre 100 e 140. Portanto, as pessoas que precisam de teclado para se comunicar podem ter dificuldade em manter uma conversa. Pesquisadores das Universidades de Cambridge e Dundee desenvolveram uma ferramenta de texto inteligente que analisa as palavras e o contexto enquanto a pessoa digita. Com esses dados, a ferramenta sugere frases, eliminando assim o uso de 50% a 96% das teclas;
- A AI para acompanhar
A disseminação da Covid-19 afetou profundamente nossa capacidade de nos conectarmos a outros humanos, e a solidão resultante disso pode afetar tanto a mente como o corpo. Aqui está uma área inesperada aonde a IA pode ajudar. No auge da pandemia, mais de meio milhão de pessoas baixou o aplicativo Replika para encontrar companhia em um chatbot, usando a IA para enviar mensagens para pessoas que querem apenas conversar com alguém (mesmo que não sejam humanos);
- Reconhecimento avançado de imagem
A IA preditiva pode ser usada para detectar coisas difíceis de serem visualizadas pelos humanos. A Universidade de León, na Espanha, em conjunto com o Instituto Nacional de Segurança Cibernética, criou uma ferramenta para identificar objetos em fotografias de cenas de crime. A equipe usa as imagens para treinar a inteligência artificial para detectar pistas cruciais, catalogando informações sobre os elementos da cena do crime e outros itens que possam reconhecer rostos familiares, estimar a idade e o sexo, possibilitando que os policiais encontrem detalhes rapidamente sem ter que olhar manualmente centenas de fotos;
- Aceleração da indústria farmacêutica
A IA também pode acelerar processos que, de outra forma, exigiriam muito tempo e esforço das pessoas. Uma startup de biotecnologia de Hong Kong usou o aprendizado de máquina para desenvolver um novo potencial medicamento para tratar o tecido cicatricial. O importante aqui é o tempo: apenas 46 dias desde o projeto molecular até os testes. Um processo sem a aplicação da tecnologia demoraria mais de 10 anos e consumiria US$ 2,6 bilhões até que o novo medicamente chegasse ao mercado. Embora ainda esteja em fase de testes, existe um enorme potencial para a IA na fabricação de produtos farmacêuticos.
- Identificação de veteranos em risco
O Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos conduziu uma iniciativa chamada REACH VET para ajudar a salvar a vida de veteranos. Usando um modelo preditivo, a entidade pode analisar os registros de pacientes do VA para identificar veteranos com maior risco de suicídio.
A IA aplica 61 variáveis, incluindo consultas perdidas, lesões cerebrais e diagnóstico de saúde mental, para criar um modelo preditivo. Quando encontram pessoas em alto risco, a equipe proativamente se aproxima e sugere opções de tratamento, como visitar a assistente social designada para aquela pessoa. Até agora, os resultados têm sido promissores: os veteranos do programa têm menos consultas perdidas, menos internações por saúde mental e uma menor mortalidade por diversas causas.
A inteligência artificial é tão boa quanto os dados fornecidos a ela. Como ela aprende com os humanos, é provável que absorva nossos preconceitos também, mas devemos ter em mente que eles não são de todo ruins. Os preconceitos preferenciais são usados nos negócios para nos ajudar a oferecer os produtos que mais amamos e a criar melhores experiências para os clientes. Quando fazemos login na Netflix, por exemplo, podemos ver recomendações diferentes das de outras pessoas. O algoritmo reconhece o que gostamos e o que não gostamos.
O importante é garantir que o preconceito não seja usado contra as pessoas para causar danos. Isso requer um planejamento cuidadoso, consultoria com uma gama diversificada de pessoas para entender seus conhecimentos e disposição para corrigir os erros quando eles acontecem.
Este é apenas o começo de todas as aplicações possíveis com inteligência artificial. O que antes costumava ser ficção científica agora é ciência: somos limitados pelo que podemos imaginar.
Sobre a autora: Eva García Luna é consultora de soluções da Zendesk.